Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar
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A problemática da significação emerge assim, aliada à <strong>discussão</strong> mais<br />
ampla do <strong>de</strong>senvolvimento cultural do homem e se <strong>de</strong>sdobra num modo <strong>de</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r o psiquismo h<strong>uma</strong>no como um processo <strong>de</strong> natureza semiótica.<br />
Frente a essas consi<strong>de</strong>rações como a problemática das emoções é<br />
abordada por esses autores?<br />
As emoções estão relacionadas ao <strong>de</strong>senvolvimento das estruturas que<br />
compõem o sistema nervoso, <strong>de</strong> acordo com Wallon (1995):<br />
“O lugar que ocupam as emoções no comportamento da criança, a influência<br />
que continuam a exercer <strong>sobre</strong> o adulto, abertamente ou em surdina, não é<br />
pois, um simples aci<strong>de</strong>nte, <strong>uma</strong> simples manifestação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m.<br />
Organizadas, têm ou tiveram, sua razão <strong>de</strong> ser. O momento que marcam na<br />
evolução psíquica correspon<strong>de</strong> ao estágio que seus centros ocupam no<br />
sistema nervoso. O papel que conservam na conduta do homem parece<br />
<strong>de</strong>monstrado pela relativa autonomia <strong>de</strong> seus centros”(p. 81).<br />
Ressaltando as íntimas relações que se estabelecem entre o tônus, o<br />
movimento e a ativida<strong>de</strong> reflexiva, diferenciando as emoções dos automatismos<br />
motores, relacionando-as à consciência e, rompendo com a visão tradicional que<br />
consi<strong>de</strong>ra as mesmas como <strong>de</strong>sajustes, distúrbios, da or<strong>de</strong>m da patologia, Wallon<br />
nos apresenta sua concepção. A emoção é compreendida como um fenômeno<br />
simultaneamente biológico e social, num processo dialético.<br />
As emoções têm um fundamento biológico <strong>de</strong>vido às transformações<br />
corporais que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam, essencialmente ligadas ao tônus. Mas, em sua<br />
função original <strong>de</strong> mobilizar o outro especialmente nas nos primeiros anos <strong>de</strong> vida<br />
da criança, nos quais a relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência é <strong>de</strong>cisiva. Além disso, as<br />
emoções estão no início do processo <strong>de</strong> constituição da consciência, <strong>de</strong> maneira<br />
que razão e emoção mantêm <strong>uma</strong> relação <strong>de</strong> interconstituição, reciprocida<strong>de</strong> e<br />
inter<strong>de</strong>pendência ao mesmo tempo em que inibem <strong>uma</strong> a outra.<br />
Wallon (1979) traz contribuições bastante específicas à problemática<br />
<strong>de</strong>batendo especialmente, quando nos diz: