29.04.2013 Views

Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

21<br />

conduta”, é o que possibilita que o amor como a emoção (“fenômeno biológico<br />

elementar, comum aos homens e animais”) que a mobiliza, impulsiona, seja<br />

interpretado, compreendido pelos seres vivos? Como se dá essa relação?<br />

Maturana (1998) nos traz à <strong>discussão</strong> um interessante modo <strong>de</strong> abordar a<br />

questão das emoções em relação à linguagem e, mais especificamente, no que se<br />

refere ao embate racional x emocional. Para esse autor é no entrelaçamento <strong>de</strong><br />

ambos os aspectos ou fatores que nos <strong>de</strong>senvolvemos como seres h<strong>uma</strong>nos. A<br />

velha e arraigada oposição entre razão e emoção, frente a qual estamos<br />

acost<strong>uma</strong>dos a pensar apenas nos impediria <strong>de</strong> perceber que há emoções que<br />

impulsionam todas as nossas ações e pensamentos.<br />

O autor procura romper a dicotomia que se explicita na oposição:<br />

razão/emoção, afeto/intelecto, partindo <strong>de</strong> <strong>uma</strong> perspectiva do âmbito da biologia.<br />

O conceito <strong>de</strong> autopoiese, cujo princípio organizador é o ser vivo – em oposição à<br />

máquina, analogia que marca muitas das concepções científicas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século<br />

XVII – se coloca como fundamental.<br />

A gran<strong>de</strong> questão que Maturana se coloca está relacionada à compreensão<br />

e explicação das interações entre os seres vivos e o meio, cuja complexida<strong>de</strong> vai<br />

gradativamente variando, diferenciando-se em relação às diferentes espécies –<br />

reconhecendo a importância <strong>de</strong> colocar a <strong>discussão</strong> da psique, da linguagem e até<br />

das emoções, no campo da ação, da relação.<br />

Salientando as interações entre organismo e meio, Maturana (1998),<br />

assume <strong>uma</strong> concepção fundamentalmente biológica das emoções h<strong>uma</strong>nas,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que estas são disposições corporais próprias dos animais e dos seres<br />

h<strong>uma</strong>nos, <strong>de</strong> forma indistinta:<br />

“No emocional, somos mamíferos. Os mamíferos são animais em que o<br />

emocionar é em boa parte, consensual, e nos quais o amor em particular<br />

<strong>de</strong>sempenha um papel importante. Mas o amor, como a emoção que constitui<br />

o operar em aceitação mútua e funda o social como sistema <strong>de</strong> convivência,<br />

ocorre também com os chamados insetos sociais”(p. 25).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!