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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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emoções que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> forma direta <strong>de</strong> <strong>uma</strong> significação. A relação<br />

entre as emoções e os significados <strong>de</strong>fine-se na constituição dos sentidos<br />

subjetivos, <strong>de</strong>ntro dos quais essa relação não aparece como <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>sses aspectos <strong>sobre</strong> o outro” (p. 245).<br />

Procura assim, mediante tal argumentação <strong>de</strong>stacar a sensibilida<strong>de</strong> e a<br />

experiência do sujeito em meio as suas vivências e a sua história individual, o que<br />

é <strong>de</strong> s<strong>uma</strong> importância.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que, nesta perspectiva <strong>de</strong>fendida por Gonzáles Rey,<br />

fundamentada em importantes concepções <strong>de</strong> Maturana acerca da emoção e do<br />

ser vivo enquanto ser autopoiético, “é a relação entre emoção e ação que a<br />

qualifica como um processo cultural que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da significação” – que aparece<br />

inúmeras vezes na obra do autor em oposição ao subjetivo e ao emocional –<br />

assinalamos a emergência do fator cultural como relevante. Mas, esse “cultural”,<br />

que está na relação, como impregna, marca constitui as emoções e o próprio<br />

sujeito?<br />

Tais consi<strong>de</strong>rações o levam a um conceito <strong>de</strong> emoção que assim se<br />

explicita:<br />

“As emoções constituem um processo <strong>de</strong> ativação somática produzida por<br />

<strong>uma</strong> experiência, que po<strong>de</strong> ser exterior ao sujeito, corporal, psíquica e no<br />

caso dos seres h<strong>uma</strong>nos, simbólica, dimensão diferenciada do caráter<br />

histórico-cultural do psiquismo h<strong>uma</strong>no. O caráter simbólico da psique<br />

permite a expressão da emoção diante dos conteúdos simbólicos, o que não<br />

implica que esta <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a outras formas <strong>de</strong> registros e que, ao<br />

aparecer, atuem <strong>sobre</strong> a psique <strong>de</strong> diferentes formas, sem que a origem<br />

<strong>de</strong>sse processo seja necessariamente <strong>de</strong> natureza simbólica” (Gonzáles Rey,<br />

2002: 242).<br />

O autor diferencia o simbólico do caráter histórico-cultural, <strong>de</strong> maneira que<br />

as emoções po<strong>de</strong>m “respon<strong>de</strong>r a outras formas <strong>de</strong> registros e que, ao aparecer,<br />

atuem <strong>sobre</strong> a psique <strong>de</strong> diferentes formas, sem que a origem <strong>de</strong>sse processo seja<br />

necessariamente <strong>de</strong> natureza simbólica”. Quais seriam então essas outras formas<br />

<strong>de</strong> registro? E, como seriam as emoções compreendidas e interpretadas nessa<br />

relação em que simbólico e histórico-cultural <strong>de</strong> distinguem? (Tal como Maturana,<br />

no nível <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> ações e sinais imersos nas relações sociais?). Aqui,

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