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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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Afirmando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> biologia do conhecimento, Maturana, <strong>de</strong><br />

outro modo, também aponta consi<strong>de</strong>rações semelhantes. Depara-se com as<br />

emoções ao estudar o homem em suas ações <strong>de</strong> conhecer. Traz conceitos como<br />

autopoiese, organismo, relações sociais, emoções (amor), linguagem e ação.<br />

Gonzáles Rey, partindo <strong>de</strong> <strong>uma</strong> perspectiva da psicologia que <strong>de</strong>fine como<br />

histórico-cultural, traz a questão social, procurando “resgatar o sujeito” <strong>de</strong>stacandoo<br />

num processo <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>. Traz os conceitos <strong>de</strong> sujeito, personalida<strong>de</strong>,<br />

vivências, motivos, necessida<strong>de</strong>s, sentidos subjetivos, configuração subjetiva,<br />

subjetivida<strong>de</strong> social e individual.<br />

É, portanto, na problematização das relações entre organismo e meio que a<br />

emoção emerge como objeto <strong>de</strong> estudo. O organismo, o self, o sujeito só po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>de</strong>finidos a partir <strong>de</strong> suas interações (em maior ou menor grau), e, da<br />

interfuncionalida<strong>de</strong> ou entrelaçamento do emocional com o racional (também em<br />

maior ou menor grau em cada abordagem). Assim, <strong>de</strong>ixando a or<strong>de</strong>m do distúrbio,<br />

da patologia e do erro, as emoções assumem um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque nas<br />

concepções dos autores acerca do organismo em interação com o meio, sujeito em<br />

interações sociais, em suas ações e relações <strong>de</strong> conhecer, portanto.<br />

Partindo <strong>de</strong> um estudo exaustivo dos conceitos <strong>de</strong>stes três autores <strong>de</strong><br />

diferentes campos da ciência, buscamos os <strong>modos</strong> <strong>de</strong> compreensão e<br />

interpretação <strong>de</strong>sta problemática e, vimos que trazem inúmeras contribuições e<br />

argumentos para problematizar a emoção. Enten<strong>de</strong>ndo o que dizem, o modo como<br />

concebem e teorizam as emoções h<strong>uma</strong>nas, vamos percebendo que se torna<br />

fundamental fazê-los dialogar com outros autores <strong>de</strong> <strong>uma</strong> perspectiva que nós<br />

assumimos e que <strong>de</strong>senvolvem um modo <strong>de</strong> pensar a partir do materialismo<br />

histórico e dialético. Consi<strong>de</strong>ramos que esse modo <strong>de</strong> abordar o problema faz <strong>uma</strong><br />

diferença, especialmente no plano pedagógico, na formação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

h<strong>uma</strong>no.<br />

Temos <strong>de</strong>senvolvido nossos trabalhos <strong>de</strong> investigação – teóricos e<br />

empíricos – com base em <strong>uma</strong> perspectiva histórico-cultural em psicologia, sendo<br />

que as contribuições <strong>de</strong> Wallon 6 , Vigotski 7 , e Bakhtin 8 , têm constituído o núcleo <strong>de</strong><br />

6 Henry Wallon (1879 – 1962), filósofo, médico/psiquiatra francês.

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