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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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28<br />

Enfatiza assim, que <strong>de</strong>pois da formação <strong>de</strong> imagens na mente <strong>de</strong> um modo geral,<br />

ocorre um conjunto <strong>de</strong> alterações que estabelece um padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios<br />

relacionados a <strong>uma</strong> série <strong>de</strong> estados corporais, mo<strong>de</strong>rados, médios, que<br />

correspon<strong>de</strong>m ao equilíbrio funcional, que é dinâmico e contempla <strong>uma</strong> seqüência<br />

contínua <strong>de</strong> alterações <strong>de</strong>sses padrões. Trata-se, pois, do processo <strong>de</strong><br />

homeostase, <strong>de</strong> acordo com o qual a economia <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> um organismo<br />

funciona provavelmente em melhor grau, proce<strong>de</strong>ndo a ajustes mais rápidos e<br />

a<strong>de</strong>quados.<br />

Em seguida, o autor afirma que “muitas partes do corpo são levadas a um<br />

novo estado em que são introduzidas mudanças significativas” no organismo – que<br />

caracterizam o mecanismo subjacente às emoções secundárias 29 . Tal processo<br />

compreen<strong>de</strong> <strong>uma</strong> avaliação cognitiva do conteúdo dos acontecimentos,<br />

consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>liberadas e conscientes que encontram expressão como imagens<br />

mentais (verbais ou não) organizadas num processo <strong>de</strong> pensamento e<br />

representações dispositivas adquiridas e não inatas, embora as disposições<br />

adquiridas sejam obtidas sob influência das inatas 30 – sendo que “aquilo que as<br />

disposições adquiridas incorporam é a sua experiência única <strong>de</strong>ssas relações ao<br />

longo da vida”, indicando-nos que a compreensão das emoções secundárias ou<br />

sociais <strong>de</strong>ve ser colocada no âmbito <strong>de</strong> um organismo em seu processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem.<br />

contração e o estreitamento dos vãos sanguíneos (o resultado é a pali<strong>de</strong>z); ou diminuir, caso em que os<br />

músculos lisos relaxam e os vasos sanguíneos se dilatam (o resultado é o rubor)” (id, ibid, p. 164-165).<br />

29 Assinala que o processo tem início no organismo a partir <strong>de</strong> <strong>uma</strong> avaliação cognitiva do conteúdo dos<br />

acontecimentos <strong>de</strong> que faz parte: as consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>liberadas e conscientes (em relação a <strong>uma</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

pessoa ou situação), encontram expressão como imagens mentais (verbais ou não) organizadas num processo<br />

<strong>de</strong> pensamento e envolvem muitos aspectos da relação com essa pessoa, reflexões <strong>sobre</strong> a situação atual e<br />

as conseqüências para si e para os outros.<br />

Depois, em um nível não consciente, re<strong>de</strong>s no córtex pré-frontal apresentam <strong>uma</strong> resposta automática e<br />

involuntária aos sinais resultantes do processamento das imagens acima <strong>de</strong>scritas. Essa reposta do organismo<br />

provém <strong>de</strong> “representações dispositivas adquiridas e não inatas”, embora as disposições adquiridas sejam<br />

obtidas sob influência das inatas – sendo que “aquilo que as disposições adquiridas incorporam é a sua<br />

experiência única <strong>de</strong>ssas relações ao longo da vida”, indicando-nos que a compreensão das emoções<br />

secundárias ou sociais <strong>de</strong>ve ser colocada no âmbito <strong>de</strong> um organismo em seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

aprendizagem.<br />

Por fim, <strong>de</strong> <strong>uma</strong> forma não consciente, automática e involuntária, a resposta das disposições pré-frontais<br />

<strong>de</strong>scrita anteriormente é assinalada para a amígdala e o cíngulo anterior. As disposições presentes nessas<br />

últimas regiões apresentam <strong>uma</strong> resposta massiva com múltiplos aspectos, <strong>de</strong>stinando-se a todo organismo<br />

(id.,ibid., p.165-166).<br />

30 Tais consi<strong>de</strong>rações nos apontam que: as disposições pré-frontais adquiridas, necessárias para as emoções<br />

secundárias, são distintas das disposições inatas, aquelas necessárias para as emoções primárias, mas as<br />

primeiras precisam das últimas para se expressar.

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