Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar
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Enfatiza assim, que <strong>de</strong>pois da formação <strong>de</strong> imagens na mente <strong>de</strong> um modo geral,<br />
ocorre um conjunto <strong>de</strong> alterações que estabelece um padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios<br />
relacionados a <strong>uma</strong> série <strong>de</strong> estados corporais, mo<strong>de</strong>rados, médios, que<br />
correspon<strong>de</strong>m ao equilíbrio funcional, que é dinâmico e contempla <strong>uma</strong> seqüência<br />
contínua <strong>de</strong> alterações <strong>de</strong>sses padrões. Trata-se, pois, do processo <strong>de</strong><br />
homeostase, <strong>de</strong> acordo com o qual a economia <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> um organismo<br />
funciona provavelmente em melhor grau, proce<strong>de</strong>ndo a ajustes mais rápidos e<br />
a<strong>de</strong>quados.<br />
Em seguida, o autor afirma que “muitas partes do corpo são levadas a um<br />
novo estado em que são introduzidas mudanças significativas” no organismo – que<br />
caracterizam o mecanismo subjacente às emoções secundárias 29 . Tal processo<br />
compreen<strong>de</strong> <strong>uma</strong> avaliação cognitiva do conteúdo dos acontecimentos,<br />
consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>liberadas e conscientes que encontram expressão como imagens<br />
mentais (verbais ou não) organizadas num processo <strong>de</strong> pensamento e<br />
representações dispositivas adquiridas e não inatas, embora as disposições<br />
adquiridas sejam obtidas sob influência das inatas 30 – sendo que “aquilo que as<br />
disposições adquiridas incorporam é a sua experiência única <strong>de</strong>ssas relações ao<br />
longo da vida”, indicando-nos que a compreensão das emoções secundárias ou<br />
sociais <strong>de</strong>ve ser colocada no âmbito <strong>de</strong> um organismo em seu processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem.<br />
contração e o estreitamento dos vãos sanguíneos (o resultado é a pali<strong>de</strong>z); ou diminuir, caso em que os<br />
músculos lisos relaxam e os vasos sanguíneos se dilatam (o resultado é o rubor)” (id, ibid, p. 164-165).<br />
29 Assinala que o processo tem início no organismo a partir <strong>de</strong> <strong>uma</strong> avaliação cognitiva do conteúdo dos<br />
acontecimentos <strong>de</strong> que faz parte: as consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>liberadas e conscientes (em relação a <strong>uma</strong> <strong>de</strong>terminada<br />
pessoa ou situação), encontram expressão como imagens mentais (verbais ou não) organizadas num processo<br />
<strong>de</strong> pensamento e envolvem muitos aspectos da relação com essa pessoa, reflexões <strong>sobre</strong> a situação atual e<br />
as conseqüências para si e para os outros.<br />
Depois, em um nível não consciente, re<strong>de</strong>s no córtex pré-frontal apresentam <strong>uma</strong> resposta automática e<br />
involuntária aos sinais resultantes do processamento das imagens acima <strong>de</strong>scritas. Essa reposta do organismo<br />
provém <strong>de</strong> “representações dispositivas adquiridas e não inatas”, embora as disposições adquiridas sejam<br />
obtidas sob influência das inatas – sendo que “aquilo que as disposições adquiridas incorporam é a sua<br />
experiência única <strong>de</strong>ssas relações ao longo da vida”, indicando-nos que a compreensão das emoções<br />
secundárias ou sociais <strong>de</strong>ve ser colocada no âmbito <strong>de</strong> um organismo em seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
aprendizagem.<br />
Por fim, <strong>de</strong> <strong>uma</strong> forma não consciente, automática e involuntária, a resposta das disposições pré-frontais<br />
<strong>de</strong>scrita anteriormente é assinalada para a amígdala e o cíngulo anterior. As disposições presentes nessas<br />
últimas regiões apresentam <strong>uma</strong> resposta massiva com múltiplos aspectos, <strong>de</strong>stinando-se a todo organismo<br />
(id.,ibid., p.165-166).<br />
30 Tais consi<strong>de</strong>rações nos apontam que: as disposições pré-frontais adquiridas, necessárias para as emoções<br />
secundárias, são distintas das disposições inatas, aquelas necessárias para as emoções primárias, mas as<br />
primeiras precisam das últimas para se expressar.