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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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Partindo <strong>de</strong>ssa dupla função biológica das emoções, sendo a primeira a<br />

produção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> reação específica a <strong>uma</strong> situação indutora e a segunda a<br />

regulação do estado interno do organismo, <strong>de</strong> maneira que ele possa estar<br />

preparado à reação específica, Damásio(2001) afirma:<br />

“Embora a composição e a dinâmica precisa das reações emocionais sejam<br />

moldadas em cada indivíduo pelo meio e por um <strong>de</strong>senvolvimento único, há<br />

indícios <strong>de</strong> que a maioria das reações emocionais, senão todas, resultam <strong>de</strong><br />

<strong>uma</strong> longa história <strong>de</strong> minuciosos ajustes evolutivos. As emoções são parte<br />

dos mecanismos biorreguladores com os quais nascemos equipados, visando<br />

a <strong>sobre</strong>vivência” (p. 77).<br />

Po<strong>de</strong>mos<br />

neurocientista:<br />

aqui (re)encontrar o princípio explicativo reiterado pelo<br />

“Em s<strong>uma</strong>, para certos tipos <strong>de</strong> estímulo claramente perigosos ou valiosos no<br />

meio interno ou externo, a evolução reservou <strong>uma</strong> reação condizente na<br />

forma <strong>de</strong> emoção. É por esse motivo que, apesar das infinitas variações<br />

encontradas nas diferentes culturas, entre os indivíduos e no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

vida po<strong>de</strong>mos predizer com algum êxito que certos estímulos produzirão<br />

certas emoções”(p.78).<br />

Nesta perspectiva evolucionista, cujo princípio explicativo é biológico,<br />

nascemos, portanto, equipados com as emoções. Elas têm um caráter universal,<br />

intrínseco à espécie, e isso é o que garante que possamos experienciar as<br />

emoções individualmente e reconhecer as emoções nos outros.<br />

Refletindo <strong>sobre</strong> as emoções <strong>de</strong> fundo, Damásio oferece-nos outros<br />

importantes apontamentos para a <strong>discussão</strong>. Segundo o autor:<br />

“quando percebemos que <strong>uma</strong> pessoa está “tensa” ou “irritadiça”,<br />

“<strong>de</strong>sanimada” ou “entusiasmada”, “abatida” ou “animada”, sem que nenh<strong>uma</strong><br />

palavra tenha sido dita para traduzir qualquer um <strong>de</strong>sses possíveis estados, o<br />

que <strong>de</strong>tectamos são emoções <strong>de</strong> fundo. Detectamos emoções <strong>de</strong> fundo por<br />

meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes sutis, como a postura do corpo, a velocida<strong>de</strong> e o contorno<br />

dos movimentos, mudanças mínimas na quantida<strong>de</strong> e na velocida<strong>de</strong> dos

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