Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar
Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar
Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
37<br />
po<strong>de</strong>mos suspeitar <strong>de</strong> que a natureza simbólica no referencial <strong>de</strong> Gonzáles Rey<br />
encontra-se, pressuposta ou i<strong>de</strong>ntificada no atributo do orgânico <strong>de</strong> um sujeito em<br />
relação e não na trama da relação social propriamente dita.<br />
N<strong>uma</strong> perspectiva da psicologia histórico-cultural, Gonzáles Rey se propõe a<br />
romper além da dicotomia anteriormente explicitada, a separação/oposição entre<br />
razão/emoção e mais especificamente, sujeito e socieda<strong>de</strong>, assumindo a<br />
necessida<strong>de</strong> como produção <strong>de</strong> um sujeito, cujo princípio organizador é<br />
subjetivida<strong>de</strong>, como essencial.<br />
Há <strong>uma</strong> profunda e explícita preocupação em “resgatar o sujeito” que<br />
constitui a obra do autor, norteando suas idéias, análises e concepções <strong>de</strong> maneira<br />
que necessida<strong>de</strong>s, motivos, emoções aparecem como características do sujeito, <strong>de</strong><br />
um sujeito concreto, sendo <strong>de</strong>finidos em última instância como processos<br />
subjetivos. Isto nos provoca a indagar acerca do princípio explicativo que<br />
fundamenta a obra do autor.<br />
Partindo <strong>de</strong>ssa indagação e, por outro lado, instigadas pelas inúmeras<br />
consi<strong>de</strong>rações até aqui levantadas acerca das emoções do ser h<strong>uma</strong>no em seu<br />
processo <strong>de</strong> constituição, mediante a obra <strong>de</strong> todos estes autores, consi<strong>de</strong>ramos<br />
então a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retomar as contribuições <strong>de</strong> Wallon, Vigotski e Bakhtin<br />
cuja elaboração teórica encontra-se ancorada nos princípios do materialismo<br />
histórico e dialético também <strong>de</strong>fendido por Gonzáles Rey.