25.06.2013 Views

Reflexões Sobre o Amor na Vita Nuova de Dante Alighieri

Reflexões Sobre o Amor na Vita Nuova de Dante Alighieri

Reflexões Sobre o Amor na Vita Nuova de Dante Alighieri

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo IV – O AMOR NA VITA NUOVA DE DANTE ALIGHIERI<br />

_______________________________________________________________________________________<br />

amor verda<strong>de</strong>iro 114 ; no capítulo XII é ele que or<strong>de</strong><strong>na</strong> a <strong>Dante</strong> que componha uma<br />

rima chegando mesmo a especificar qual <strong>de</strong>ve ser o seu conteúdo 115 ; fi<strong>na</strong>lmente,<br />

no capítulo XXIV a propósito do aparecimento <strong>de</strong> Beatriz precedida da gentil<br />

senhora <strong>de</strong> nome Joa<strong>na</strong>, mas a quem muitos <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>m <strong>de</strong> Primavera, o <strong>Amor</strong><br />

dirige-se a <strong>Dante</strong> para lhe mostrar até que ponto consegue ir a sua influência uma<br />

vez que a Joa<strong>na</strong> chamam Primavera «ché io mossi lo imponitore <strong>de</strong>l nome a<br />

chiamarla così Pimavera, cioè prima verrà lo die che Beatrice si mosterrà dopo la<br />

imagi<strong>na</strong>zione <strong>de</strong>l suo fe<strong>de</strong>le» 116 .<br />

Para aquele que se encontra a viver a experiência amorosa, o <strong>Amor</strong> surge<br />

como uma força que domi<strong>na</strong> o sujeito e que influencia a perspectiva que ele tem<br />

acerca do Universo em que se insere. Contudo, em <strong>Vita</strong> <strong>Nuova</strong>, uma vida que se<br />

<strong>de</strong>senrola sob o signo do <strong>Amor</strong> não é uma vida segundo excesso e a<br />

irracio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, porque o <strong>Amor</strong> se exerce com o «fiel conselho da razão».<br />

Em várias passagens iniciais da obra, esta relação entre o <strong>Amor</strong> e a Razão<br />

surge referenciada <strong>de</strong> um modo explícito. Logo no início, no capítulo II:<br />

E avveg<strong>na</strong> che la sua imagine, la quale continuamente eco stava, fosse baldanza d’<strong>Amor</strong>e<br />

a segnoreggiare me, tuttavia era di sì nobillissima vertù, che nulla volta sofferse che <strong>Amor</strong>e mi<br />

reggesse sanza lo fe<strong>de</strong>le consiglio <strong>de</strong> la ragione in quelle cose là ove cotale consiglio fosse utile a<br />

udire. 117<br />

Mais à frente, no capítulo IV:<br />

Ed io, accorgendomi <strong>de</strong>l malvagio domandare che mi faceano, per la volonta<strong>de</strong> d’<strong>Amor</strong>e,<br />

lo quale mi comandava secondo lo consiglio <strong>de</strong> la ragione, rispon<strong>de</strong>a loro che <strong>Amor</strong>e era quelli che<br />

così m’avea gover<strong>na</strong>to 118 .<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma passagem curiosa para a questão em análise. Encontra-<br />

se nelas a indicação <strong>de</strong> que a experiência amorosa tem um carácter obsessivo<br />

traduzido <strong>na</strong> presença contínua da imagem da mulher amada no pensamento do<br />

sujeito amoroso. Presença que chega mesmo a ser acompanhada, <strong>de</strong> alterações<br />

114 DANTE.<strong>Vita</strong> <strong>Nuova</strong>, Cap. IX.<br />

115 Soneto «Ballata, i’ voi che tu ritrovi <strong>Amor</strong>e», Cap. XII.<br />

116 Cf. DANTE. <strong>Vita</strong> <strong>Nuova</strong>, Cap. XXIV, 4,p.43.<br />

117 DANTE. <strong>Vita</strong> <strong>Nuova</strong>, Cap. II, 9-10, p. 34.<br />

118 DANTE.<strong>Vita</strong> <strong>Nuova</strong>, Cap. IV, 2, p. 45.<br />

62

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!