A Vocação das Ciências Sociais no Brasil - Fundação Biblioteca ...
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A vocação <strong>das</strong> ciências sociais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />
suas atividades produtivas tornam-se objeto de pesquisa. Contudo, importa<br />
ressaltar ainda uma vez que nesses trabalhos surgem questões de ordem racial,<br />
cultural e nacional.<br />
Os estudos sobre “mobilidade histórica e social” se destacam <strong>no</strong> primeiro<br />
conjunto da produção sociológica, de 1945 a 1955. Os sociólogos mantiveram<br />
seu interesse pela análise <strong>das</strong> mudanças ou possibilidades de mudança de posição<br />
de grupos sociais <strong>no</strong> sistema de estratificação social. Os livros sobre a mobilidade<br />
social dos imigrantes, que aparecem na amostra publicados <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s entre 1956 e<br />
1966, evidenciam tal interesse. Porém, a posição desses textos se torna mais discreta<br />
à medida que se diversificam os temas abordados pela sociologia.<br />
O quadro XIX dos temas da sociologia mostra que os trabalhos específicos<br />
sobre o meio urba<strong>no</strong> (oito obras), quando comparados àqueles do meio<br />
rural (21 títulos), são sem dúvida limitados; também o são se levarmos em<br />
conta o interesse prioritário dos sociólogos em conhecer o processo de transformações<br />
de caráter industrial e urba<strong>no</strong>.<br />
As pesquisas sobre o meio urba<strong>no</strong> tratam da formação do operariado, do<br />
surgimento de sindicatos e sua organização, e de conflitos e greves, mostrando<br />
dessa forma aspectos <strong>das</strong> condições e <strong>das</strong> relações de trabalho na cidade.<br />
Ao lado desses estudos encontram-se trabalhos sobre as condições de moradia<br />
<strong>no</strong>s centros urba<strong>no</strong>s, cujo interesse específico são as favelas, os mocambos<br />
e os alagados; consta também da relação um texto sobre hábitos e costumes<br />
populares na cidade de São Paulo.<br />
Na amostra, os livros sobre “meio urba<strong>no</strong>” datam do período 1956–<br />
1966. Esse dado é significativo, pois mostra que os sociólogos voltaram sua<br />
atenção para os problemas <strong>das</strong> condições e relações de trabalho na cidade,<br />
principalmente o operariado, e para as difíceis condições de moradia <strong>no</strong>s<br />
centros urba<strong>no</strong>s, numa “segunda fase” da produção sociológica <strong>no</strong> contexto<br />
histórico abordado.<br />
Dos três estudos específicos sobre religião, dois abordam aspectos<br />
do catolicismo <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e mostram a necessidade de estimular esse<br />
campo de análises; outro trabalho trata de crenças religiosas sem que<br />
tenha sido possível nele distinguir outras características. Não houve<br />
maior interesse pelo exame da “religião” naquele período, sendo escassas<br />
as publicações sobre o assunto tanto numa, quanto <strong>no</strong>utra <strong>das</strong><br />
fases aponta<strong>das</strong>.<br />
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