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A Vocação das Ciências Sociais no Brasil - Fundação Biblioteca ...

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Pr e f á c i o<br />

José Murilo de Carvalho.<br />

Glaucia Villas Bôas transforma agora em livro sua tese de doutoramento<br />

defendida na Universidade de São Paulo em 1992. Trata-se de um estudo<br />

sociológico da produção de livros de ciências sociais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, entre 1945<br />

e 1966. Ao árduo e cuidadoso trabalho de levantamento da bibliografia <strong>no</strong><br />

acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, a autora acrescenta uma análise sociológica do<br />

contexto em que os livros foram escritos e publicados.<br />

O período selecionado deve-se à preocupação de avaliar os primeiros resultados<br />

da implantação <strong>no</strong> país, durante a década de 1930, <strong>das</strong> primeiras<br />

instituições de ensi<strong>no</strong> e pesquisa volta<strong>das</strong> para as ciências sociais, sobretudo<br />

em São Paulo e <strong>no</strong> Rio de Janeiro. As principais delas foram a Escola Livre<br />

de Sociologia e Política, de 1933, em São Paulo, a Faculdade de Filosofia,<br />

<strong>Ciências</strong> e Letras da Universidade de São Paulo, em 1934, a Universidade do<br />

Distrito Federal, de 1935, e a Faculdade de Filosofia da Universidade do <strong>Brasil</strong>,<br />

em 1939, também <strong>no</strong> Rio de Janeiro.<br />

A primeira metade da década de 30 testemunhara uma verdadeira explosão<br />

de idéias e de interpretações do <strong>Brasil</strong>. Foi nesse período que surgiram alguns<br />

dos principais clássicos de <strong>no</strong>sso pensamento. Todos eles foram escritos por<br />

pessoas em geral de formação jurídica, ou mesmo em medicina e engenharia,<br />

sem treinamento específico em ciências sociais. Eram o que Guerreiro Ramos<br />

chamou mais tarde de sociólogos anônimos. Apesar da criatividade dos autores,<br />

a produção era numericamente pequena por falta de base institucional<br />

adequada em quantidade e qualidade e pelo acanhamento da indústria editorial.<br />

Levantamento feito por Wanderley Guilherme dos Santos mostrou que,<br />

de 1931 a 1945, foram publicados apenas 11 artigos por a<strong>no</strong> <strong>no</strong> campo que<br />

depois se convencio<strong>no</strong>u chamar de ciências sociais.<br />

Outra era a fisio<strong>no</strong>mia dos a<strong>no</strong>s posteriores à democratização de 1945.<br />

Ex-alu<strong>no</strong>s <strong>das</strong> <strong>no</strong>vas escolas cria<strong>das</strong> na década anterior, muitos deles treina-<br />

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