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A Vocação das Ciências Sociais no Brasil - Fundação Biblioteca ...

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A vocação <strong>das</strong> ciências sociais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />

seus primeiros a<strong>no</strong>s. Somente a partir de 1955, a atuação de grupos de estudantes<br />

socialistas e comunistas se destacou, vindo então a marcar os rumos<br />

políticos do movimento estudantil. A UNE empreendeu campanhas contra<br />

a inflação e contra as influências <strong>no</strong>rte-americanas <strong>no</strong>s “negócios” políticos<br />

do país. Paralelamente, empenhou-se na organização de seminários cujo objetivo<br />

era discutir questões relativas à democratização do ensi<strong>no</strong>, tema central<br />

do I Seminário Lati<strong>no</strong>-America<strong>no</strong> de Reforma e Democratização do Ensi<strong>no</strong><br />

Superior, realizado em 1960 na cidade de Salvador. Além disso, a entidade<br />

tratou também da reforma universitária, cujos debates se iniciaram em 1961,<br />

<strong>no</strong> I Seminário Nacional de Reforma Universitária, reunido em Salvador. O<br />

temário dessa reunião incluiu tópicos como exame vestibular, administração<br />

da universidade e participação do corpo discente, auto<strong>no</strong>mia universitária,<br />

cátedra vitalícia, tempo integral para o corpo docente, mercado de trabalho e<br />

função da universidade.<br />

Contudo, foram os debates e as resoluções do II Seminário Nacional de<br />

Reforma Universitária, reunido em Curitiba em março de 1962, que levaram<br />

os estudantes a direcionar os rumos de seu movimento com base em posições<br />

toma<strong>das</strong> frente a problemas políticos de maior amplitude. Durante o seminário,<br />

foram discuti<strong>das</strong> questões como a divisão do mundo em dois blocos políticos,<br />

as desigualdades socioeconômicas <strong>das</strong> populações dos países subdesenvolvidos<br />

e o papel da universidade nessas sociedades. A partir do encontro, os estudantes,<br />

sob a liderança da UNE, passaram a defender a realização de reformas imediatas<br />

que, efetivamente, conduzissem o país ao desenvolvimento, posicionando-se<br />

então a favor <strong>das</strong> classes sociais desprivilegia<strong>das</strong> e questionando a posição “alienada”<br />

da universidade diante dos problemas reais do país.<br />

A definição de <strong>no</strong>vas perspectivas e alvos políticos resultou, de um lado,<br />

em um maior empenho do movimento estudantil pela reforma universitária,<br />

e de outro, na intensificação <strong>das</strong> ações volta<strong>das</strong> para o esclarecimento político<br />

<strong>das</strong> cama<strong>das</strong> populares.<br />

As lutas pela reforma universitária influíram nas decisões que vieram a ser<br />

toma<strong>das</strong> pelos órgãos governamentais responsáveis pelas mudanças <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong><br />

superior, seja <strong>no</strong> período de foco, seja <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s seguintes, quando se completou<br />

o pla<strong>no</strong> da reforma universitária em 1968. Porém, as reivindicações dos<br />

estudantes, entre elas a participação estudantil <strong>no</strong> processo decisório relativo à<br />

vida universitária, não foram atendi<strong>das</strong> de acordo com suas expectativas.<br />

Entretanto, a atuação dos estudantes junto às cama<strong>das</strong> populares tomou<br />

grande vulto e repercutiu em diferentes setores da sociedade, vindo a marcar,<br />

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