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A Vocação das Ciências Sociais no Brasil - Fundação Biblioteca ...

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A vocação <strong>das</strong> ciências sociais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />

O conjunto obras sobre a disciplina apresenta trabalhos de análise de seu<br />

campo de conhecimento, diferentemente de outras disciplinas que não demonstram<br />

interesse nesse exercício de auto-avaliação, discussão e controle<br />

do trabalho. Na categoria avaliação da produção historiográfica encontram-se<br />

sete estudos que apreciam a qualidade do conhecimento produzido <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />

<strong>no</strong> campo da história, sobre fatos históricos que ocorreram <strong>no</strong> país. De<br />

acordo com os títulos, tratar-se-ia de textos de caráter geral, havendo também<br />

trabalhos que buscam examinar os relatos feitos sobre a história do estado de<br />

Minas Gerais, o domínio holandês e a instituição militar <strong>no</strong> país. Com me<strong>no</strong>s<br />

obras, a categoria problemas teórico-metodológicos reúne trabalhos sobre os<br />

fundamentos de distintas concepções de história e livros que expõem teorias<br />

e métodos próprios da disciplina. A publicação que analisa o ensi<strong>no</strong> da história<br />

trata da transmissão dos conhecimentos desse ramo do saber na escola<br />

secundária com base <strong>no</strong>s programas e livros nela utilizados.<br />

Ainda que se destaquem de outros especialistas quanto ao interesse nessa<br />

linha de trabalho, os historiadores a ela se dedicam limitadamente (12 em<br />

303 obras). Se forem levados em conta os numerosos textos publicados <strong>no</strong>s<br />

outros temas e o fato de que a produção historiográfica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> inicia-se,<br />

formal e institucionalmente, <strong>no</strong> Instituto Histórico e Geográfico <strong>Brasil</strong>eiro,<br />

em 1838, muito já poderia ter sido feito sobre esse assunto. José Roberto do<br />

Amaral Lapa comenta esta lacuna, indicando haver-se estimulado aquele exercício<br />

somente nas déca<strong>das</strong> de 1960 e 1970. 5<br />

Apesar do restrito número de obras sobre a disciplina, em quaisquer dos<br />

períodos apresentados <strong>no</strong> quadro IV, verifica-se um aumento da quantidade<br />

de estudos nessa linha. Entre os historiadores, a busca pela reflexão crítica<br />

da produção historiográfica fica registrada em livros publicados <strong>no</strong> período<br />

1945–1955 e em número semelhante de obras divulga<strong>das</strong> <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s seguintes.<br />

A discussão sobre os problemas teórico-metodológicos da disciplina apenas<br />

começou a se esboçar, figurando uma obra sobre o assunto publicada na primeira<br />

fase do período e três na segunda. As tentativas de modificar a feição<br />

tradicional da produção historiográfica, por meio de avaliações e debate de<br />

problemas teóricos, embora possam ter sido relevantes, foram sobretudo escassas<br />

e, aparentemente, não repercutiram, àquela época, junto à grande maioria<br />

dos historiadores, que teria se mantido fiel aos estudos mais tradicionais da<br />

história do <strong>Brasil</strong>, como veremos adiante.<br />

5. LAPA, José Roberto do Amaral. Historiografia brasileira contemporânea. Petrópolis: Vozes, 1981. p.<br />

207 e 218.<br />

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