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A Vocação das Ciências Sociais no Brasil - Fundação Biblioteca ...

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A vocação <strong>das</strong> ciências sociais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />

o desenvolvimento do país não só se tornam as justificativas mais relevantes<br />

do projeto de dominação política <strong>das</strong> cama<strong>das</strong> dirigentes, como efetivamente<br />

passam a influir nas condições de vida de parcelas da população, trazendo à tona<br />

tanto as desigualdades sociais existentes, quanto a posição, privilegiada ou desprivilegiada,<br />

dos grupos na hierarquia social. Nessa configuração específica, os<br />

artistas e intelectuais questionam os meios utilizados para a elaboração de suas<br />

obras e os efeitos de sua divulgação junto ao público, exprimindo dessa forma<br />

seu despertar para o problema da inserção social da produção cultural.<br />

3. Mudanças na vida intelectual<br />

Ao lado <strong>das</strong> mudanças que ocorriam <strong>no</strong>s meios culturais, a expansão <strong>das</strong><br />

universidades, as lutas estudantis e a participação da comunidade acadêmicocientífica<br />

vão marcar definitivamente a vida intelectual do país <strong>no</strong> contexto<br />

dos a<strong>no</strong>s que vão de 1945 a 1966.<br />

3.1 A expansão <strong>das</strong> universidades<br />

No período analisado, verifica-se uma expansão <strong>no</strong>tável da rede de ensi<strong>no</strong><br />

superior <strong>no</strong> país. Basta dizer que o número de alu<strong>no</strong>s matriculados em escolas<br />

de ensi<strong>no</strong> superior se eleva de 27.253 em 1945, para 142.386 em 1964. 46 Houve,<br />

portanto, uma demanda crescente pelos títulos universitários de cunho<br />

profissional. O desenvolvimento dos setores burocráticos <strong>das</strong> empresas e a<br />

modernização dos meios políticos e administrativos do Estado criavam <strong>no</strong>vas<br />

oportunidades de emprego, exigindo profissionais em áreas especializa<strong>das</strong>.<br />

O crescimento desse setor do mercado de trabalho repercutia, por sua vez,<br />

na definição dos campos de formação profissional oferecidos pelos estabelecimentos<br />

de ensi<strong>no</strong> superior. Áreas do conhecimento que tradicionalmente<br />

eram ministra<strong>das</strong> <strong>no</strong> país, como a engenharia, ampliaram seus ramos de especialização;<br />

outras adquiriam independência, como é o caso da eco<strong>no</strong>mia. A<br />

disciplina foi ministrada primeiro nas Faculdades de Direito e nas Escolas de<br />

Engenharia, depois <strong>no</strong>s cursos de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> de Faculdades de Filosofia,<br />

e a partir de 1945 tor<strong>no</strong>u-se uma área de formação específica com a criação<br />

<strong>das</strong> Faculdades de Eco<strong>no</strong>mia.<br />

46. Cf. CUNHA, Luiz Antônio. A universidade crítica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983. p. 93.<br />

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