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Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre

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sideradas propriedades foram reduzidas a nada. Os <strong>Livre</strong>iros de<br />

Londres e de Westminster, muitos dos quais venderam posses e<br />

casas para comprarem ‘Copy-rights’, estão de certa forma arruinados,<br />

e aqueles que durante muitos anos de desenvolvimento desenvolveram<br />

competências para darem a essas famílias agora estão<br />

sem um shilling para deixar de herança a seus sucessores”. [111]<br />

Dizer que eles estava “arruinados” era um pouco de exagero. Mas não<br />

é um exagero dizer que a mudança foi profunda. A decisão da Câmara<br />

dos Lordes significava que os livreiros não poderiam mais controlar como a<br />

cultura na Inglaterra iria crescer e se desenvolver. A cultura inglesa tornou-se<br />

então livre. Mas não livre no sentido de que os copyrights não seriam mais<br />

respeitados, claro, durante o período que o livreiro teria um direito exclusivo<br />

de controle sobre a publicação desse livro. E também não no sentido de que<br />

os livros poderiam ser roubados, pois mesmo após a expiração do período<br />

de proteção de copyright você ainda teria que comprar o livro de alguém.<br />

Mas sim livre no sentido de que a cultura e seu crescimento não mais iriam<br />

ser controlados por um pequeno grupo de distribuidores. Como no caso<br />

de qualquer mercado livre, esse mercado livre de cultura livre iria crescer<br />

conforme os consumidores e produtores decidissem. A cultura inglesa iria<br />

se desenvolver conforme a maioria dos leitores ingleses decidissem que ela<br />

deveria se desenvolver — escolhendo que livros deveriam ser comprados e<br />

escritos; escolhendo os temas que eles repetiriam e dariam crédito. Escolha<br />

em um contexto competitivo, não em um contexto aonde as escolhas sobre<br />

como a cultura estará disponível para as pessoas e como elas terão acesso à<br />

mesma são feitas por alguns poucos, em detrimento dos desejos da maioria.<br />

Ao menos essa era a regra no mundo aonde o Parlamento era antimonopolista,<br />

resistente aos apelos protecionistas dos distribuidores. Em um<br />

mundo aonde o Parlamento fosse mais maleável, a cultura livre estaria menos<br />

protegida.

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