Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre
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não haveria limites para o poder do Congresso na Cláusula do copyright.<br />
O poder de ampliar períodos existentes significava que o Congresso não era<br />
obrigado a dar direitos que fossem “limitados”. Desse modo, o Juiz Sentelle<br />
argumentou, a corte tinha que interpretar o que significava exatamente o<br />
termo “Períodos limitados”. E a melhor interpretação, ele continuou, seria a<br />
de negar ao Congresso o poder para ampliar os períodos existentes.<br />
Perguntamos se a Corte de Apelações para o Circuito de Washington,<br />
D.C. poderia se reunir como um todo para ouvir nosso caso. Os casos normalmente<br />
são ouvidos em painéis de três juízes, exceto para os casos mais<br />
importantes ou casos que levantavam assuntos específicos para o Circuito<br />
como um todo, quando a corte então se reunia “en banc” como um todo para<br />
ouvir o caso.<br />
A Corte de Apelações negou nosso pedido para ouvir o caso “en banc”.<br />
Dessa vez, ao Juiz Sentelle tinha se unido o mais liberal membro do Circuito<br />
de Washington, D.C., o Juiz David Tatel. Tanto o mais conservador quanto<br />
o mais liberal juízes da Circuito de Washington, D.C. acreditavam que o<br />
Congresso tinha passado dos limites.<br />
Era aqui que muitos imaginavam que o caso Eldred v. Ashcroft seria<br />
decidido, já que a Suprema Corte raramente revê qualquer decisão de uma<br />
Corte de Apelações. (Eles ouvem uma média de cem casos por ano, de mais<br />
de cinco mil apelações) E eles praticamente não reviam uma decisão que<br />
mantinha uma lei quando nenhuma outra corte tinha revisto a lei.<br />
Mas em Fevereiro de 2002, a Suprema Corte surpreendeu todo o mundo<br />
ao aceitar nossa apelação da decisão do Circuito de Washington, D.C. A<br />
argumentação foi definida para Outubro de 2002. O verão foi gasto na escrita<br />
de memorandos e preparação para argumentação.<br />
Já faz um ano desde então agora que estou escrevendo essas palavras. Ele<br />
ainda está surpreendentemente claro na minha mente. Se você soube qualquer<br />
coisa sobre esse caso, então deve saber que perdemos a apelação. E se<br />
você sabe alguma coisa mais além do normal sobre esse caso, provavelmente<br />
imagina que não havia a menor chance de vencermos esse caso. Após a nossa<br />
derrota, recebi literalmente milhares de missivas de simpatizantes e colaboradores,<br />
me agradecendo por ter lutado por uma causa tão nobre, mesmo<br />
sabendo que ela estava condenada. E nenhuma dessas foi tão significativa<br />
para mim quanto o e-mail mandado pelo meu cliente, Eric Eldred.<br />
Mas tanto meu cliente quanto esses amigos estão errado. Esse caso podia<br />
ter sido ganho. Ele deveria ter sido ganho. E não importa o quão claramente<br />
eu tente lhe contar essa história para mim mesmo, eu não posso impedir de<br />
acreditar que perdi esse caso por um erro meu.<br />
O erro foi feito bem no começo, embora tenha ficado óbvio para mim<br />
apenas no fim de tudo. Nosso caso foi apoiado desde o seu início por um ad-