Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre
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225 Eldred II<br />
de um período ampliado, então também não deveria valer a pena para o<br />
governo defender seu monopólio sobre tal obra. A obra deveria passar para o<br />
domínio público de forma que qualquer um pudesse a copiar, ou criar arquivos<br />
dela, ou criar filmes baseados nela. Ela se tornaria livre se ela não valesse<br />
um dólar que fosse para você.<br />
Alguns podem se preocupar do fardo sobre os autores. Não seria o fardo de<br />
registrar a obra significando de que o um dólar de valor é um tanto enganoso?<br />
Não seria a dor-de-cabeça mais cara que esse um dólar? Não seria esse o<br />
problema verdadeiro com o registro?<br />
Ele é. A dor-de-cabeça é terrível. O sistema que existe agora é terrível.<br />
Eu concordo completamente que o Escritório de copyright fazia um<br />
trabalho realmente terrível (sem dúvida por causa de eles terem sido criados<br />
de maneira errada) em permitir registros simples e baratos. Qualquer<br />
solução real para esse problema de formalidades deveria enfocar o problema<br />
real dos governos como estando no centro de qualquer sistema de formalidades.<br />
Nesse livro, ofereço uma solução assim. Essa solução essencialmente<br />
recria o Escritório de Copyright. Por agora, assumamos que a Amazon 2 que<br />
mantivesse o sistema de registro. Assuma que esse registro fosse um registro<br />
de um clique. A Lei Eldred iria propor um registro simples, de um clique<br />
cinqüenta anos depois da obra ter sido publicadas. Baseando-se em dados<br />
históricos, esse sistema iria passar 98% das obras comerciais, que são aquelas<br />
que não possuiriam mais uma vida comercial, para o domínio público em<br />
cinqüenta anos. O que você acha disso?<br />
Quando Steve Forbes endossou a idéia, algumas pessoas em Washington<br />
começaram a prestar atenção nela. Muitas pessoas me procuraram apontando<br />
para deputados que poderiam estar interessados em colocar a Lei<br />
Eldred na pauta do Congresso. E eu mesmo recebi alguns que diretamente<br />
propuseram-se a dar o primeiro passo.<br />
Uma deputada, Zoe Lofgren da Califórnia, chegou ao ponto de formar um<br />
rascunho do projeto de lei. Ela impôs o requerimento mais simples possível<br />
para os detentores de copyright. Em Maio de 2003, ela decidiu que o projeto<br />
estava bom o bastante para ser apresentado. Em 16 de Maio, eu postei no blog<br />
da lei Eldred, “estamos chegando lá”. Havia uma reação geral da comunidade<br />
dos blogs de que algo de bom estava para acontecer.<br />
Mas nesse momento os lobistas começaram a intervir. Jack Valenti e o<br />
conselho geral da MPAA foram até o escritório da congressista para apresentar<br />
a visão da MPAA. Ajudado por um advogado, Valenti, como ele próprio<br />
2 NT: aqui, diferentemente do que fiz durante a maior parte do livro, não irei ‘adaptar’<br />
as referências usadas no exemplo para a realidade brasileira, pois esse é um exemplo excessivamente<br />
específico e ligado ao funcionamento de ceras empresas. Aqui ele faz referência<br />
à conhecida loja virtual amazon.com