Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre
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211 Eldred<br />
camente turnos de prática, aonde juízes simulados lançavam perguntas aos<br />
vitoriosos simulados no caso.<br />
Estava convencido de que, para ganhar, deveria manter o foco da Corte em<br />
um único ponto: de que se essa extensão fosse permitida, então não haveria<br />
mais nenhum limite para a definição dos períodos. Aceitar os argumentos do<br />
governo significava que os períodos eram na prática infinito; aceitar nossos<br />
argumentos daria ao Congresso uma linha prática de ação: não ampliar os<br />
períodos existente. As “sabatinas” eram uma forma efetiva de prática; eu<br />
encontrei formas de trazer todas as questões de volta à idéia central.<br />
Uma sabatina foi diante dos advogados de Jones Day. Don Ayer era o<br />
cético. Ele servira no Departamento de Justiça durante o período Reagan<br />
com o Procurador Geral Charles Fried. Ele tinha argumentado sobre muitos<br />
casos diante da Suprema Corte. E na sua revisão da sabatina, ele deixou<br />
suas preocupações escaparem:<br />
“Eu apenas estou preocupado com o fato de que se eles não puderem<br />
realmente ver os prejuízos, eles não irão voluntariamente desarranjar uma<br />
prática que o governo afirma ser consistente por mais de duzentos anos. Você<br />
tem que fazer eles verem os prejuízos — passionalmente deve mostrar-lhe os<br />
prejuízos. Pois se eles não os perceberem, não temos a menor chance de<br />
vencer.”<br />
Ele pode ter argumentado muitos casos diante da Corte, eu pensei, mas<br />
ele não tinha entendido sua alma. Como secretário, eu tinha visto os Juizes<br />
fazerem a coisa certa — não por causa de política mas por causa que era<br />
certo. Como um professor de direito, eu passei minha vida ensinando meus<br />
estudantes de que a Corte fazia a coisa certa — não por causa de política mas<br />
por causa que era certo. Conforme ouvia ao apelo de Ayer por paixão e por<br />
engajamento em política, entendi sua idéia e a rejeitei. Nossos argumentos<br />
eram claros e isso bastava. Era hora de mostrar aos políticos o que era<br />
realmente bom.<br />
Na noite anterior à do julgamento, uma fila de pessoas começou a se<br />
formar diante da Suprema Corte. O caso tinha se tornado um foco para<br />
a imprensa e para o movimento da cultura livre. Milhares ficaram na fila<br />
pela chance de ver os acontecimentos. Uma multidão passou a noite nas<br />
escadarias da Suprema Corte para garantirem uma cadeira.<br />
Nem todos precisavam ficar na fila. Pessoas que conheciam os Juizes podiam<br />
pedir por cadeiras que eles controlavam. (Eu pedi ao Juiz Scalia, por<br />
exemplo, cadeiras para meus pais) Os Membros da Suprema Corte podem<br />
conseguir cadeiras em uma seção especial reservada a eles. E senadores e congressistas<br />
também possuem um local especial para sentarem. E finalmente,<br />
claro, a imprensa possui uma galeria especial, o mesmo valendo para os secretários<br />
que trabalham para os Juizes na Corte. Quando entramos naquela