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Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre

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era autorizado a tomar emprestadas as cópias — por um período indefinido<br />

e sem custos. Apenas em 1915 mais de 5475 filmes foram depositados e<br />

“pegos emprestados” de volta. Dessa forma, quando o copyright expirava,<br />

não haviam cópias deles em nenhuma biblioteca. A cópia existia — se existia<br />

— na biblioteca de acervo particular da companhia cinematográfica. [116]<br />

O mesmo em geral é verdadeiro quando o assunto é televisão. As transmissões<br />

televisivas não eram originalmente alvo de copyright — não havia formas<br />

de copiar-se as transmissões, portanto não havia o medo do “roubo”. Mas<br />

conforme a tecnologia foi permitindo a captura, as redes de TV começaram<br />

a contar com a lei. A lei exigia que eles fizessem uma cópia de todas as<br />

transmissões para o trabalho ser sujeito ao copyright. Mas essas cópias simplesmente<br />

eram mantidas com as redes de TV. Nenhuma biblioteca tinha<br />

qualquer direito sobre elas; o governo não as exigia. O conteúdo dessa parte<br />

da cultura americana é praticamente invisível para que quer a ver.<br />

Kahle estava ansioso para corrigir isso. Antes de 11 de Setembro de 2001,<br />

ele e seus aliados começaram a capturar a TV. Eles escolheram 20 canais<br />

de todo o mundo e apertaram o botão “Gravar”. Após o 11 de Setembro,<br />

Kahle, junto com vários outros, selecionaram vinte outras estações ao redor<br />

do mundo e, começando em 11 de Outubro de 2001, liberaram suas coberturas<br />

da semana do 11 de Setembro livremente na Internet. Qualquer um poderia<br />

ver como as empresas jornalísticas por todo o mundo cobriram os eventos<br />

daquele dia.<br />

Kahle teve a mesma idéia com os filmes. Trabalhando com Rick Prelinger,<br />

cujo arquivo de filmes incluia quase 45 mil “filmes efêmeros” (filmes que não<br />

sejam de Hollywood, e que nunca foram sujeitos a copyright), Kahle criou<br />

o Movie Archive. Prelinger deixou Kahle digitalizar 1300 filmes de seu arquivo<br />

e disponibilizar tais filmes livremente. A companhia de Prelinger é<br />

uma organização comercial. Ela vende cópias desses filmes como metragem<br />

extra. O que ele descobriu que após ele tornar uma boa parte dele disponível<br />

livremente, suas vendas aumentaram significativamente. As pessoas podiam<br />

facilmente encontrar o material que desejavam. Alguns baixavam tais materiais<br />

e faziam filmes em cima deles. Outros compravam cópias que permitiam<br />

que outros filmes fossem feitos. De qualquer modo, o arquivo permitiu acesso<br />

a uma parte significativa de nossa cultura. Deseja ver uma cópia do filme<br />

“Duck and Cover” que instruia as crianças sobre como se salvarem em meio<br />

a um ataque nuclear? Vá ao archive.org, e você poderá copiar tal filme em<br />

alguns minutos — de graça e livremente.<br />

Aqui novamente, Kahle está disponibilizando acesso a uma parte de nossa<br />

cultura que de outra maneira não estaria disponível facilmente, se estivesse<br />

disponível. Ela é outra parte do que define a cultura do século vinte e que<br />

foi perdida pela história. A lei não exige que tais cópias sejam mantidas por

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