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Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre

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263 Eles, logo<br />

B.3 Uso <strong>Livre</strong> versus Uso Justo<br />

Conforme observado no início desse livro, a lei de propriedade originalmente<br />

dava aos donos de propriedades o direito de controlar sua propriedade<br />

da terra ao céu. Então surgiu o avião e o escopo dos direitos de propriedade<br />

rapidamente mudou. Não houve nenhuma bagunça, nenhum desafio à constituição.<br />

Não fazia mais sentido dar tal controle, dado o surgimento dessa<br />

nova tecnologia.<br />

Nossa Constituição dá ao Congresso o poder de dar aos autores “direitos<br />

exclusivos” sobre “suas obras”. O Congresso deu aos autores um direito exclusivo<br />

sobre “suas obras” e sobre qualquer obra derivativa (feita por outras)<br />

que fossem suficientemente ligadas ao trabalho original do autor. Portanto,<br />

se escrevo um livro, e você faz um filme baseado nesse livro, eu tenho no<br />

poder de negar-lhe o direito de lançar tal filme, mesmo pensando que tal<br />

filme não é “minha obra”.<br />

O Congresso começou a dar esses direitos em 1870, quando ele expandiu<br />

o direito exclusivo do copyright para incluir um direito de controle sobre<br />

traduções e dramatizações da obra. [208] As cortes vieram o expandido lentamente<br />

através da interpretação judicial desde então. Essa expansão foi comentada<br />

por um dos maiores juizes que nosso país já viu, Juiz Benjamin<br />

Kaplan.<br />

“Portanto, acostumados como nós ficamos com a extensão do<br />

monopólio sobre uma grande gama das assim chamadas obras<br />

derivativas, nós nem mais conseguirmos perceber a bizarrice de<br />

aceitarmos tal ampliação no copyright enquanto estivermos ainda<br />

entoando o abracadabra da idéia e expressão.” [209]<br />

Penso que chegou a hora de entendermos que há aviões voando nesse<br />

campo e que a expansão de tais direitos sobre as obras derivativas não faz<br />

mais sentido. Mais precisamente, elas não fazem sentido pelo período de<br />

tempo durante o qual um copyright é válido. E eles não fazem sentido como<br />

uma concessão amorfa. Considere cada limitação por sua vez.<br />

Período: Se o Congresso quer conceder um direito sobre obras derivativas,<br />

então esse período deveria ser mais curto. Faz sentido proteger o direito de<br />

J. K. Rowling de vender os direitos para cinema de seu livro mais recente (ou<br />

ao menos eu assumo que faça sentido); mas não faz sentido que tal direito<br />

tenha o mesmo período que o do copyright que o sustenta. O direito sobre<br />

obras derivativas pode ser importante na indução à criatividade; ele não é<br />

mais importante muito depois da obra criativa ter sido criada.<br />

Escopo: Do mesmo modo o escopo dos direitos sobre obras derivativas<br />

deveria ser restringido. Novamente, há alguns casos nos quais direitos sobre

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