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Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre

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123 “Propriedade”<br />

obras garantia que após o final do período do copyright, haveria uma cópia<br />

do trabalho em algum lugar de modo que ela pudesse ser copiada por outros<br />

sem localizar o seu autor original.<br />

Todas essas “formalidades” foram abolidas do sistema americano quando<br />

decidimos seguir o modelo de lei de direito autoral Europeu. Não havia<br />

exigência de que você registrasse um trabalho para conseguir o copyright; o<br />

copyright agora é automático; o copyright existe independentemente de você<br />

marcar ou não a sua obra com o c○; e o copyright existe independentemente<br />

de você tornar ou não uma cópia sua disponível para outros copiarem.<br />

Considere um exemplo prático para entender o escopo dessas diferenças.<br />

Se, em 1790, você escrevesse um livro e você fosse um dos 5% que realmente<br />

colocaram seu trabalho sob copyright, então a lei do copyright protegiao<br />

contra qualquer tentativa de outros distribuidores pegarem sua obra e a<br />

republicar sem sua permissão. O objetivo da lei era regulamentar os editores<br />

de forma a impedir esse tipo de competição desleal. Em 1790, haviam 174<br />

editoras nos Estados Unidos. [130] A lei do copyright era portanto uma regulamentação<br />

pequena para uma pequena proporção de uma pequena parte<br />

do mercado criativo dos Estados Unidos — editoras.<br />

O ato deixou outros criadores completamente sem regulamentação. Se eu<br />

copiasse o seu poema a mão, várias vezes, como uma forma de a aprender de<br />

cor, meu ato era completamente desregulamentado em 1790. Se eu pegasse<br />

seu romance de ficção e criasse uma peça de teatro baseada nela, ou se eu a<br />

traduzisse ou fizesse um resumo dela nenhuma dessas atividades era regulamentada<br />

na lei original do copyright. Essas atividades criativas continuavam<br />

livre, enquanto as atividades das editoras eram regulamentadas.<br />

Atualmente a história é completamente diferente: se você escreve um<br />

livro, seu livro é automaticamente protegida. De fato, não apenas seu livro,<br />

mas também seus emails, as notas para sua esposa, seus rascunhos e quaisquer<br />

outros atos criativos que possam ser reduzidos a um formato tangível —<br />

tudo isso passa automaticamente a ser protegido por copyright. Não há<br />

necessidade de registro ou de marcação da obra. A proteção segue a criação,<br />

não os passos que você segue para proteger sua criação.<br />

Essa proteção dá a você o direito (sujeito a uma faixa restrita de exceções<br />

de uso justo) de controlar como os outros copiarão o trabalho, se eles poderão<br />

o copiar para republicá-los ou poderão compartilhar um trecho dele.<br />

Essa é a parte óbvia, já que qualquer sistema de copyright deveria controlar<br />

a publicação competitiva. Mas existe um outro lado no copyright atual<br />

que não é tão óbvio assim. É a proteção dos direitos sobre “trabalhos derivativos”.<br />

Se você escreve um livro, ninguém pode fazer um filme dele sem sua<br />

permissão. A CliffsNotes não pode fazer um resumo de seu livro a não ser que<br />

seja dado permissão. Todos esses usos derivativos de seu trabalho original

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