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Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre

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Prefácio<br />

No final de sua crítica ao meu primeiro livro, Code: And Other Laws of<br />

Cyberspace, David Pogue, um brilhante escritor e autor de inúmeros textos<br />

técnicos e relacionados a computadores, escreveu o seguinte:<br />

“Diferentemente da lei existente atualmente, os software da<br />

Internet não são capazes de punir ninguém. Eles não afetam<br />

pessoas que não estão online (e apenas uma pequena minoria da<br />

população mundial está). E se você não gosta do sistema da<br />

Internet, você sempre pode desconectar-se.” [1]<br />

Pogue era cético quanto ao argumento principal do livro — de que o<br />

software, ou “código”, funcionava como uma espécie de lei — e sua crítica<br />

sugere o pensamento feliz de que se a vida no ciberespaço está indo mal<br />

você pode sempre se desconectar — como simplesmente virar uma chave e<br />

voltar para a casa. Desligue o modem, desconecte o computador e quaisquer<br />

problemas que existam nesse espaço não poderá nos “afetar” mais.<br />

Pogue podia até estar certo em 1999 — sou cético quanto a isso, mas<br />

talvez possa. Mas mesmo que ele estivesse certo, a verdade é que ele não o está<br />

mais agora: <strong>Cultura</strong> <strong>Livre</strong> é sobre os problemas que a Internet provoca mesmo<br />

quando o modem está desligado. Ele é um argumento sobre as batalhas<br />

que agora surgem sobre como a vida online está fundamentalmente afetando<br />

“pessoas que não estão online”. Não há mais nenhuma chave que irá nos isolar<br />

dos efeitos provocados pela Internet.<br />

Mas diferentemente de Code, o argumento aqui não é sobre a Internet per<br />

se. Ele é, de fato, sobre as conseqüências da Internet em uma parte de nossa<br />

tradição que é muito mais fundamental, e, por mais difícil que seja para os<br />

candidatos a nerd tenham que admitir, muito mais importante.<br />

Essa tradição é o modo como nossa cultura foi construída. Como vou<br />

explicar nas páginas que se seguem, nos viemos de uma tradição de “cultura<br />

livre” — não “livre” como em “cerveja liberada” (para tomar emprestado<br />

xi

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