Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre
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Como professor, e não como advogado, eu encerrei apontando a longa história<br />
da Corte de imposição de limites aos poderes dados ao Congresso pela<br />
Cláusula de copyright e Patentes — de fato, a primeira vez que a Corte tinha<br />
derrubado uma lei do Congresso considerando-a abuso de um poder enumerado<br />
específico foi baseando-se na Cláusula de copyright e Patentes. Tudo<br />
bem. Tudo certo. Mas com isso eu não estava conseguindo trazer a Corte<br />
para o meu lado.<br />
Conforme eu deixei a corte naquele dia, eu sabia que havia centenas de<br />
pontos que deveria rever. Havia centenas de perguntas que eu deveria respondido<br />
de forma diferente. Mas uma linha de raciocínio sobre esse caso me<br />
deixava otimista.<br />
O governo tinha sido questionado várias vezes, qual era o limite? Várias<br />
vezes ele tinha respondido de que não havia limites. Era exatamente isso que<br />
eu queria que o Congresso ouvisse. Pois eu não podia imaginar como a Corte<br />
poderia entender que o poder do Congresso era ilimitado segundo os termos<br />
da Cláusula do copyright, e ainda assim apoiar o argumento do governo.<br />
O procurador geral tinha feito meu argumento por mim. Não importava o<br />
quanto eu tentasse, eu não podia entender como a Corte poderia imaginar<br />
que o poder do Congresso era limitado segundo os termos da Congresso do<br />
copyright, mas ilimitado segundo os termos da Cláusula do copyright. Nos<br />
raros momentos em que eu acredito que podemos ter prevalecido, isso foi<br />
porque eu senti que a Corte — em particular, os Conservadores — iriam se<br />
sentir constrangidos pelas leis que tinham sido estabelecidas de outra forma.<br />
Na manhã de 15 de Janeiro de 2003, eu cheguei cinco minutos atrasado no<br />
escritório e perdi a chamada do secretário da Suprema Corte às 7 da manhã.<br />
Ouvindo a mensagem, eu já imaginei logo de cara que tínhamos más notícias.<br />
A Suprema Corte tinha reafirmado a decisão da Corte de Apelações. Sete<br />
juizes tinham votado maioria. Houve dois votos contrários.<br />
Alguns segundos depois, as opiniões chegaram ao email. Eu tirei o telefone<br />
do gancho, postei um anúncio no nosso blog, e sentei para ver o que tinha de<br />
errado no meu raciocínio.<br />
Meu raciocínio. tínhamos um caso aonde todo dinheiro do mundo tinha<br />
vencido o raciocínio. E tínhamos o último professor de direito crédulo, procurando<br />
páginas e olhando por raciocínio.<br />
Eu primeiro reclamei da decisão, tentando observar como a Corte poderia<br />
distinguir o princípio desse caso do princípio de Lopez. O argumento não<br />
estava em lugar nenhum para ser encontrado. O caso não foi sequer citado.<br />
A idéia passada é que o argumento chave do nosso caso não deveria sequer<br />
ser considerado pela Corte.<br />
A Juiza Ginsburg simplesmente ignorou o argumento dos poderes enumerados.<br />
Consistentemente com sua visão de que os poderes do Congresso