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Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre

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214<br />

Como professor, e não como advogado, eu encerrei apontando a longa história<br />

da Corte de imposição de limites aos poderes dados ao Congresso pela<br />

Cláusula de copyright e Patentes — de fato, a primeira vez que a Corte tinha<br />

derrubado uma lei do Congresso considerando-a abuso de um poder enumerado<br />

específico foi baseando-se na Cláusula de copyright e Patentes. Tudo<br />

bem. Tudo certo. Mas com isso eu não estava conseguindo trazer a Corte<br />

para o meu lado.<br />

Conforme eu deixei a corte naquele dia, eu sabia que havia centenas de<br />

pontos que deveria rever. Havia centenas de perguntas que eu deveria respondido<br />

de forma diferente. Mas uma linha de raciocínio sobre esse caso me<br />

deixava otimista.<br />

O governo tinha sido questionado várias vezes, qual era o limite? Várias<br />

vezes ele tinha respondido de que não havia limites. Era exatamente isso que<br />

eu queria que o Congresso ouvisse. Pois eu não podia imaginar como a Corte<br />

poderia entender que o poder do Congresso era ilimitado segundo os termos<br />

da Cláusula do copyright, e ainda assim apoiar o argumento do governo.<br />

O procurador geral tinha feito meu argumento por mim. Não importava o<br />

quanto eu tentasse, eu não podia entender como a Corte poderia imaginar<br />

que o poder do Congresso era limitado segundo os termos da Congresso do<br />

copyright, mas ilimitado segundo os termos da Cláusula do copyright. Nos<br />

raros momentos em que eu acredito que podemos ter prevalecido, isso foi<br />

porque eu senti que a Corte — em particular, os Conservadores — iriam se<br />

sentir constrangidos pelas leis que tinham sido estabelecidas de outra forma.<br />

Na manhã de 15 de Janeiro de 2003, eu cheguei cinco minutos atrasado no<br />

escritório e perdi a chamada do secretário da Suprema Corte às 7 da manhã.<br />

Ouvindo a mensagem, eu já imaginei logo de cara que tínhamos más notícias.<br />

A Suprema Corte tinha reafirmado a decisão da Corte de Apelações. Sete<br />

juizes tinham votado maioria. Houve dois votos contrários.<br />

Alguns segundos depois, as opiniões chegaram ao email. Eu tirei o telefone<br />

do gancho, postei um anúncio no nosso blog, e sentei para ver o que tinha de<br />

errado no meu raciocínio.<br />

Meu raciocínio. tínhamos um caso aonde todo dinheiro do mundo tinha<br />

vencido o raciocínio. E tínhamos o último professor de direito crédulo, procurando<br />

páginas e olhando por raciocínio.<br />

Eu primeiro reclamei da decisão, tentando observar como a Corte poderia<br />

distinguir o princípio desse caso do princípio de Lopez. O argumento não<br />

estava em lugar nenhum para ser encontrado. O caso não foi sequer citado.<br />

A idéia passada é que o argumento chave do nosso caso não deveria sequer<br />

ser considerado pela Corte.<br />

A Juiza Ginsburg simplesmente ignorou o argumento dos poderes enumerados.<br />

Consistentemente com sua visão de que os poderes do Congresso

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