Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre
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12.2 Engessando a inovação 170<br />
Esse é o efeito individual mais dramático na mudança da estratégia regulamentar<br />
que eu descrevi no capítulo 10. A conseqüência dessa ameaça maciça<br />
de responsabilidade combinada às fronteiras difusas da lei do copyright é<br />
que os inovadores que queiram inovar nesses espaço só podem o fazer com<br />
segurança se eles tiverem o aval das indústrias que dominaram na geração<br />
passada. Essa lição foi ensinada por uma série de casos que foram desenhados<br />
e executados para ensinarem aos empreendedores essa lição. Essa lição —<br />
que o ex-CEO do Napster Hank Barry descreveu como um “inverno nuclear”<br />
abatendo-se sobre o Vale do Silício — foi aprendida.<br />
Considere um exemplo que mostra a idéia, uma história que comecei a<br />
contar em The Future of Ideas e que vem progredindo que mesmo eu (um<br />
pessimista convicto) não conseguiria imaginar.<br />
Em 1997, Micheal Roberts lançou uma companhia chamada MP3.com.<br />
A MP3.com ansiava reconstruir o mercado musicas. Esse objetivo não era<br />
apenas de criar novas formas para acessar-se conteúdo, mas também de criar<br />
novas formas de criar conteúdo. Diferentemente das grandes gravadoras, a<br />
MP3.com oferecia aos criadores um local para distribuírem seus conteúdos,<br />
sem exigir um contrato de exclusividade dos criadores.<br />
Para fazer o sistema funcionar, porém, MP3.com precisava de um sistema<br />
confiável para recomendar música aos seus usuários. A idéia por trás de tal<br />
alternativa era de nivelar as preferências reveladas pelos ouvintes de música<br />
com os novos artistas. Se você gostava de Pato Fu, por exemplo, você poderia<br />
muito bem apreciar Tianastácia. E assim por diante.<br />
A idéia exigia uma maneira simples de coletar dados sobre as preferências<br />
dos usuários. A MP3.com veio com uma maneira extraordinariamente<br />
inteligente de coletar esses dados. Em Janeiro de 2000, a companhia lançou<br />
um serviço chamado my.mp3.com. Usando um programa de computador<br />
fornecido pela MP3.com, um usuário poderia criar uma conta e então inserir<br />
um CD em seu computador. O programa iria identificar o CD, e então daria<br />
ao usuário acesso a aquele conteúdo. Portanto, por exemplo, se você inseriu<br />
um CD de Beto Guedes, então aonde quer que você estivesse — em casa ou<br />
no trabalho — você poderia ter acesso a aquele CD uma vez que você tivesse<br />
entrado em sua conta. O sistema era portanto uma espécie de disqueteira<br />
virtual.<br />
Não há dúvidas de que alguns poderiam usar esse sistema para copiar ilegalmente<br />
conteúdo. Mas essas oportunidade existia com ou sem o MP3.com.<br />
O objetivo do serviço my.mp3.com, através da análise do conteúdo que ele já<br />
tinha, era descobrir o tipo de conteúdo que poderia interessar ao usuário.<br />
Para fazer esse sistema funcionar, porém, MP3.com precisou copiar 50<br />
mil CDs no servidor. (Em princípio, deveria ser o usuário que iria copiar<br />
as músicas para o servidor, mas isso demoraria muito tempo, e geraria um