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Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre

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196<br />

restringido o poder do Congresso quando foi percebido de que eles estavam<br />

abusando dos poderes Constitucionais. Entre os acadêmicos constitucionais,<br />

o exemplo mais famoso desse comportamento foi a decisão da Suprema Corte<br />

em 1995 de derrubar uma lei que bania a posse de armas perto de escolas.<br />

Desde 1937, a Suprema Corte tem interpretado os poderes Constitucionais<br />

do Congresso de forma muito ampla; portanto, enquanto a Constituição dava<br />

poder ao Congresso de regulamente apenas “o comércio entre os diversos<br />

estados.” (também conhecido como “comércio interestadual”), a Suprema<br />

Corte entendeu que esse poder incluía o poder de regulamentar qualquer<br />

atividade que sequer viesse a afetar o comércio interestadual.<br />

Conforme a economia cresceu, esse padrão cada vez mais significava que<br />

não havia limites para os poderes de regulamentar do Congresso, já que toda<br />

e qualquer atividade, quando considerada em uma escala nacional, afetava o<br />

comércio interestadual. Uma Constituição criada com limites para os poderes<br />

do Congresso foi na prática interpretada como não tendo limite algum.<br />

A Suprema Corte, sob o comando do presidente da Suprema Corte<br />

Rehnquist, mudou isso no caso United States v. Lopez. O governo argumentava<br />

quer a posse de armas perto das escolas afetava o comércio interestadual.<br />

Armas perto das escolas aumentavam o crime, o crime diminuía<br />

o valor das propriedades e assim por diante. Na sua argumentação para<br />

o júri, o presidente da Suprema Corte perguntou ao governo se haveria alguma<br />

outra atividade que não afetasse o comércio interestadual seguindo o<br />

raciocínio que o governo delineara. O governo disse que não; se o Congresso<br />

dizia que uma atividade afetava o comércio interestadual, então essa afetava o<br />

comércio interestadual. A Suprema Corte, dizia o governo, não era a posição<br />

para criticar as decisões do Congresso.<br />

“A Corte entra em recesso para considerar as implicações dos argumentos<br />

do governo,” disse o presidente da Suprema Corte. [180] Se tudo o que<br />

Congresso dizia que afetava o comércio interestadual realmente afetasse o<br />

comércio interestadual, então não havia limites para o poder do Congresso.<br />

A decisão em Lopez foi reafirmada cinco anos depois no caso United States<br />

v. Morrison. [180]<br />

Se um princípio estava em ação aqui, então ele deveria se aplicar tanto<br />

à Cláusula do Progresso quanto à Cláusula do Comércio. 4 E se ela se apli-<br />

4 Se há um princípio sobre poderes especificados, então esse princípio passa de um<br />

poder para o outro. O ponto que definiu tudo no contexto da Cláusula do Comércio foi<br />

a interpretação oferecida pelo governo que permitia ao governo ter poderes infinitos para<br />

regulamentar o comércio — não interessava o limite definido do comércio interestadual.<br />

O mesmo ponto é verdade na Cláusula do copyright. Aqui, também, a interpretação<br />

do governo lhe permitiria ter poderes infinitos para regulamentar os copyrights — não<br />

interessando a limitação de “períodos limitados”.

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