Lawrence_Lessig_-_Cultura_Livre
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ele deveria contactar a Gracie Films, a companhia que produzia o programa.<br />
A Gracie Films também foi solícita, mas eles, como Groening, queriam<br />
ser cuidadosos. Então eles disseram para Else procurar a Fox, a empresa-mãe<br />
da Gracie Films. Else procurou a Fox e lhes disse sobre o trecho de imagens<br />
no canto de uma sala de uma tomada de seu filme. Matt Groening já tinha<br />
autorizado, Else afirmou. Ele apenas queria confirmar a permissão junto à<br />
Fox.<br />
Então, como Else me disse, “duas coisas aconteceram. Primeiro descobrimos<br />
(. . . ) que Matt Groening não era dono de sua própria criação — ou ao<br />
menos alguém [na Fox] acreditava que ele não era dono de sua própria criação”.<br />
E segundo, a Fox “exigiu dez mil dólares como taxa de licenciamento<br />
de nós para usarmos aqueles quatro vírgula cinco segundos de (. . . ) exibição<br />
totalmente não solicitada de Os Simpsons que aparecia no canto da imagem”.<br />
Else estava certo de que havia um engano. Ele se informou de como<br />
ele poderia entrar em contato com alguém, e contactou a vice-presidente de<br />
licenciamento, Rebecca Herrera. Ele explicou para ela, “Deve haver algum<br />
engano aqui. (. . . ) Estamos pedindo as taxas educacionais para isso”. Essa<br />
era a taxa educacional, Herrera disse a Else. Um dia ou dois depois, Else<br />
ligou novamente para confirmar se ele tinha ouvido direito.<br />
“Eu queria ter certeza que os fatos eram esses mesmos”, ele me disse. “Sim,<br />
esses são os fatos”, ela disse. Custava 10 mil dólares usar um trecho de Os<br />
Simpsons no canto de uma tomada em um filme dcoumentário sobre o Ciclo<br />
de Peças de Wagner. E então, surpreendentemente, Herrera disse a Else,<br />
“E se você me mencionar, eu vou ser obrigada a procurar meus advogados”.<br />
Como um assistente de Herrera disse a Else posteriormente, “Eles não estão<br />
nem aí. Eles só pensam na grana”.<br />
Else não tinha o dinheiro para comprar os direitos de reprodução do que<br />
estava sendo exibido na televisão dos bastidores da Ópera de São francisco.<br />
Reproduzir essa realidade estava além dos recursos do documentarista. No<br />
último minuto, Else digitalmente substituiu a tomada, colocando um trecho<br />
de outro filme no qual ele trabalhara dez anos antes, The Day After Trinity.<br />
Não há dúvidas de que alguém, seja Matt Groening ou a Fox, detêm<br />
o copyright de Os Simpsons. Esse copyright é propriedade sua. Usar esse<br />
material sob copyright requer muitas vezes, portanto, permissão do detentor<br />
do copyright. Se o uso que Else desejasse fazer para o trecho de Os Simpsons<br />
era um restrito pela lei, então ele deveria obter autorização do detentor do<br />
copyright antes de poder utilizar-se do trecho. E em um mercado livre, é<br />
o detentor do copyright quem define o preço para qualquer uso que a lei<br />
determina sobre o qual ele tem controle.<br />
Por exemplo, “apresentações públicas” é um uso de Os Simpsons sob o<br />
qual o detentor de copyright possui o controle. Se você monta uma coletânea<br />
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