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142<br />
Susana Margarita Speroni<br />
práticas coletivas, assim como suas conexões internas e externas, é mister<br />
reconhecê-las como teatro de exercício de relações de poder a exigir a reprodução<br />
de discursos coerentes. Tal coerência, se exitosa em sua recorrência, favorece o<br />
princípio de adesão a valores e identificação da comunidade interna com as regras<br />
que objetivam a produção e reprodução da estabilidade institucional.<br />
Não é suficiente que os valores integradores como, por exemplo, ser regional<br />
e democrática apareçam expressos nos documentos institucionais, eles precisam<br />
transcender o mito criador e ser significados e ressignificados inclusive pelos novos<br />
atores institucionais, sendo que esta identificação tem que ocorrer tanto em nível<br />
individual quanto coletivo, já que o sentido é voltado para a possibilidade de<br />
desenhar um padrão de identidade comunitária.<br />
Retomando as palavras de Levi (1991), sublinha-se o conceito de instituição,<br />
que permeia o presente trabalho, como um dos conceitos centrais a contribuir para<br />
a compreensão do significado de densidade institucional. Para a autora, as<br />
instituições se caracterizam como um conjunto de arranjos e regras formais<br />
implementadas por atores reconhecidos para realizar esse processo. Destaca,<br />
também, que as regras ou acordos podem ser verbais ou escritos formalmente,<br />
mas de uma forma, ou de outra, “expressam expectativas de comportamento<br />
relativamente claras”. A estabilidade das regras implica em certas configurações de<br />
relações de poder, bem como mecanismos de estímulo ou desestímulo às ações<br />
dos atores sociais que tem como objetivo diminuir as incertezas institucionais.<br />
O amadurecimento institucional – estrutura, funções e seus resultados – tem<br />
requerido incorporação crescente de conhecimento novo a respeito de avaliação de<br />
processos e de aperfeiçoamento das regras de convivência internas e externas 103 . O<br />
conhecimento novo aplicado às necessidades impostas pela complexidade das<br />
relações e dos cenários que se transformam, pode conferir às instituições a redução<br />
dos níveis de incerteza na gestão e promover o aprimoramento das múltiplas<br />
tarefas, criando instrumentos de aferição, incluindo, aí, algoritmos para soluções<br />
mais criativas e, por que não, mais baratas, assim como de organização gerencial e<br />
de projeção de tendências.<br />
O resultado da análise do material da presente pesquisa (documentos oficiais<br />
e entrevistas com gestores), das três instituições aqui consideradas de forma<br />
comparativa, induziu à construção da figura abaixo, que relaciona três categorias<br />
em relação à institucionalidade e à forma como a universidade comunitária lida com<br />
as regras e normas que regulamentam o seu funcionamento, bem como as formas<br />
de conduzir a gestão dos processos relacionados com os seus fins, ou seja, o<br />
ensino, a pesquisa e a extensão.<br />
103<br />
Destaque-se formulação e consolidação de processos de avaliação institucional nas dimensões<br />
básicas de ensino, pesquisa e extensão, assim como dos processos de estudo e avaliação da<br />
estrutura administrativa e as relações com as mantenedoras.