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Planejamento, gestão democrática e integração regional 61<br />
reunir as três faculdades existentes no Rio de Janeiro numa “universidade”, o que<br />
só veio a acontecer em 1920, pelo Decreto nº 14.343, de 7 de setembro do mesmo<br />
ano”.<br />
Sguissardi (2003) reforça a concepção de universidade como uma reunião<br />
formal de escolas ou faculdades sem maior integração:<br />
Somente em 1920, veio à luz a primeira universidade brasileira<br />
(Universidade do Rio de Janeiro), mas nascida como uma confederação de<br />
escolas – Medicina, Politécnica e Direito ( Fávero, 1999). Depois, foi a vez<br />
da Universidade Federal de Minas Gerais, em 1927, com a aglutinação de<br />
cinco faculdades – engenharia, medicina, direito, farmácia e odontologia.<br />
Era o modelo neonapoleônico fornecendo alguma coordenação a<br />
faculdades profissionais, que se originaram em cátedras; também essas<br />
faculdades heranças do velho modelo francês. O Estatuto das<br />
Universidades Brasileiras, de 1931, iria consagrar esse modo de<br />
constituição de universidades, por aglutinação de unidades preexistentes<br />
(SGUISSARDI, 2003).<br />
As características de justaposição de unidades preexistentes, bem como o<br />
despreparo, tanto do ponto de vista administrativo, quanto pedagógico, se mantêm,<br />
ainda hoje, em várias situações institucionais, porém ainda cabe destacar, em<br />
relação à Universidade Federal do Rio de Janeiro, que ela surge<br />
[...] de um ato político e protocolar de justaposição de instituições de<br />
ensino superior já existentes: a Faculdade de Medicina, a Escola<br />
Politécnica e a Faculdade de Direito, sendo esta última resultante da união<br />
de duas outras escolas livres já existentes. Esse vício de origem define a<br />
trajetória posterior da Universidade, levando ao estabelecimento de uma<br />
cultura burocrática e cartorial, que contamina de maneira profunda sua<br />
existência e que, decorridas mais de oito décadas, ainda se constitui<br />
obstáculo a um desenvolvimento verdadeiramente republicano. 38<br />
Cavalcante (2000, p. 8), sublinha que “o caráter desarticulado, individualista e<br />
profissionalizante das instituições de ensino superiores então existentes, não seria<br />
a ação de superposição de uma reitoria que iria transformá-las em universidade”.<br />
Em 1960 existiam 31 aglomerados de escolas profissionalizantes mantidas<br />
“artificialmente” por uma reitoria, exceção seja feita à Universidade de São Paulo e<br />
à do Rio de Janeiro, reestruturada em Universidade do Brasil. Esses modelos,<br />
porém, foram desarticulados pelas contingências políticas relativas ao Estado Novo.<br />
Por outro lado, conforme lembra Fávero (2000), a década de 20 se destaca<br />
pela profusão de ideias novas que marcaram o futuro em relação a questões de<br />
ordem social, cultural e política. Ela destaca a Semana de Arte Moderna (1922) em<br />
São Paulo e o “Movimento Tenentista” que culminaria com a Revolução de 30.<br />
Também cabe sublinhar a transformação da Academia de Ciências, Artes e Ofícios,<br />
criada em 1816, para Sociedade Brasileira de Ciências. Outro fato importante é a<br />
38<br />
Página oficial da UFRJ, Acesso em:<br />
12 jun. 2009.