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32<br />

Susana Margarita Speroni<br />

A encenação do discurso político oscila entre a ordem da razão e da<br />

paixão, misturando logos, ethos e pathos para tentar responder à questão<br />

que supostamente se coloca o cidadão: “o que me leva a aderir a este ou<br />

aquele valor?” Para o político, é uma questão da estratégia a ser adotada<br />

na construção de sua imagem (ethos), para fins de credibilidade e<br />

sedução, da dramatização do ato de tomar a palavra (pathos), para fins de<br />

persuasão, da escolha e da apresentação dos valores para fins de<br />

fundamento do projeto político. (CHARAUDEAU, 2006, p. 84)<br />

Levando-se em conta que as instituições representam instâncias em que se<br />

adensam um repertório de valores, fins, estruturas e regras que regulam as práticas<br />

coletivas, assim como suas conexões internas e externas, é mister reconhecê-las<br />

como teatro de exercício de relações de poder a exigir a reprodução de discursos<br />

coerentes. Tal coerência, se exitosa em sua recorrência, favorece o princípio de<br />

adesão a valores e identificação da comunidade interna com as regras que<br />

objetivam a produção e reprodução da estabilidade institucional.<br />

Nesse sentido, Scott corrobora as afirmações de Charles Tilly (1984, p. 81)<br />

que considera dentro de um sistema teórico mais amplo, as instituições, incluindo<br />

elementos cognitivos, culturais, normativos e reguladores junto com as atividades e<br />

recursos associados, a produzirem sua estabilidade e significação da vida social.<br />

Por outro lado,<br />

Attempting to bring some coherence to the enterprise, the approach I<br />

adopted was to construct what Tilly (1984: 81) terms an “encompassing”<br />

framework, that incorporates related but different concepts and arguments<br />

and locates them within the a broader theoretical system. I postulated that<br />

institutions are variously comprised of “cultural-cognitive, normative and<br />

regulative elements that, together with associated activities and resources,<br />

provide stability and meaning to social life” (SCOTT, 2005, p. 464).<br />

[…] these elements and in the levels of analysis at which they work, all<br />

recognize the common theme that social behavior and associated<br />

resources are anchored in rule systems and cultural schema. Relational and<br />

material features of social structures are constituted, empowered and<br />

constrained by the virtual elements, which they, in turn produce and<br />

reproduce (GIDDENS, 1979; SEWELL, 1992).<br />

Margaret Levi (1991) 16 enfrenta o problema de conceituação do termo<br />

instituição no sentido de se transcender a noção usual que “toma as instituições<br />

como um conjunto de regras que regulam comportamentos recorrentes” pela<br />

necessidade premente de diferenciar instituição de normas. Assim, a autora lança<br />

mão a uma tipologia das instituições na tentativa de evidenciar as características<br />

diferenciadoras. Ela denomina as instituições formais definindo-as como<br />

Subconjunto particular de instituições caracterizadas por arranjos formais<br />

de agregação e de regulamentação comportamental, os quais mediante o<br />

uso de regras explícitas e de processos decisórios, são implementadas por<br />

16<br />

Apud Rocha, Carlos Vasconcellos no seu artigo “Neoinstitucionalismo como modelo de análise<br />

para as políticas públicas”. Civitas, Porto Alegre, v.5, n.1, jan/jun 2005,p. 11-28.

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