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Planejamento, gestão democrática e integração regional 95<br />

mundial/transnacional, ocultando os mecanismos de dominação e naturalizando as<br />

diferenças via discursos oficiais. “A ideologia, em tal processo, não assume<br />

efetivamente o papel de adesão política”.<br />

Em contraposição<br />

O projeto janista [...] é marcado pelo discurso ideológico de adesão<br />

política, de deslocamento constante do desenvolvimento econômico para a<br />

defesa da justiça, da racionalidade e do interesse nacional; seu fundamento<br />

maior reside na ruptura com as relações “colonialistas” e na<br />

“desideolologização” das relações internacionais, buscando, assim,<br />

resguardar a soberania nacional (DOURADO, 2001, p. 38).<br />

O discurso desenvolvimentista e a ideologia nele implícita se apresentam<br />

como um bloco coeso onde as políticas de expansão da educação superior<br />

aparecem como fator de progresso e desenvolvimento no período.<br />

A política desenvolvimentista adotada pelo Estado, resultante do processo<br />

de monopolização, acelera a expansão do ensino, especialmente do ensino<br />

superior, no período de 1946 a 1964. Essa expansão efetivar-se-á,<br />

privilegiadamente, mediante a criação de escolas e a federalização das<br />

escolas já existentes” (DOURADO, 2001, p. 39).<br />

A ideologia desenvolvimentista defendida pelo ISEB, com marcas teóricas<br />

desenvolvidas por Mannheim, e as políticas de expansão da educação superior,<br />

consolidada pela criação de instituições, ou a incorporação ao sistema federal<br />

caracterizam o período, levando-nos a novas reflexões, nesta altura do trabalho, no<br />

sentido de que, tanto os fatos históricos, quanto os aspectos teóricos retomados,<br />

nos permitem a síntese de uma nova categoria presente no discurso institucional<br />

das instituições comunitárias: a do mito criador.<br />

Então, em relação ao processo ideológico, retomamos a colocações de<br />

Mannheim, apresentadas no capítulo 3, que descrevem o fenômeno ideológico a<br />

partir de dois aspectos que ele denominou de concepção particular e total,<br />

salientando que ambas se aproximam, no sentido de que não dependem do que<br />

efetivamente foi dito pelo outro, mas se relacionam com as condições sociais de<br />

produção dessa fala. Por outro lado, sublinha que as distâncias entre as duas se<br />

relacionam com o conteúdo (no caso da concepção particular) ou com o conjunto<br />

conceitual que caracteriza a visão de mundo do outro, que ele denominou de<br />

opositor.<br />

Tanto num caso, quanto no outro, o autor destaca a busca de critérios comuns<br />

de validade, tanto para experiências comuns, quanto para suas interpretações,<br />

através de esquemas cognitivos, ou estruturas de pensamento, que são<br />

consequência de processos históricos decorrentes de ações e relações sociais<br />

complexas. Esse fato apresenta um forte poder mobilizador em relação a um<br />

conjunto de princípios fundantes ou integradores do grupo em questão.

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