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Planejamento, gestão democrática e integração regional 19<br />
Mannheim, preocupado com o contexto sociohistórico dominado pelas<br />
profundas transformações sociais e econômicas que levaram à sociedade de<br />
massas, diferencia transformação social de desintegração social, no sentido de que,<br />
na primeira, ocorre a substituição de uma ordem social por outra, e, na segunda, há<br />
um enfraquecimento gradual da estrutura social e das forças que sustentam a<br />
sociedade sem o crescimento simultâneo de uma nova ordem.<br />
O processo de desintegração social é incentivado com a destruição dos<br />
pequenos grupos e seu poder autorregulador onde as decisões podem ser<br />
compartilhadas porque se percebe o fim das ações, e o que se espera, e se deve<br />
exigir do grupo, é visualizado por todos. Por outro lado, nestes grupos pequenos<br />
encontramos os controles mútuos. “O controle é mútuo porque ainda não foi<br />
transferido para uma agência que o exerça em nome do grupo [...]” (MANNHEIM,<br />
1962, p. 190). Assim, o autor se preocupa com o estudo das forças responsáveis<br />
pela coesão social e pela estabilidade social que denomina genericamente de<br />
controles sociais.<br />
Os controles sociais são os responsáveis pela ordem e a estabilidade<br />
social... é o conjunto de métodos pelos quais a sociedade influencia o<br />
comportamento humano, tendo em vista manter uma determinada ordem.<br />
Cada sociedade tem um sistema diferente de controles ou, pelo menos da<br />
ênfase a diferentes controles que podem ser manipulados, a partir de<br />
diferentes posições-chave (MANNHEIM, 1962, p. 190).<br />
Nas grandes metrópoles há dificuldade para existir coesão social porque se<br />
perde a vida em comum, a interdependência funcional e a clareza do propósito.<br />
O papel das instituições é evitar a manipulação e impedir a desintegração que<br />
leva à falta de liberdade. Uma sociedade funciona quando todos estão ligados por<br />
regras e compromissos e a liberdade existe entre os limites desses compromissos.<br />
O autor destaca, ainda, que em toda situação social há duas possibilidades de<br />
controle primário dos grupos: o autoritário, de comando e obediência, ou o<br />
democrático, que serve para o desenvolvimento e a orientação da ação por meio<br />
da cooperação.<br />
Assim, afirma:<br />
Todas as formas complicadas de organização política e social em nível<br />
mais alto são derivadas destes dois padrões primários. São métodos<br />
alternativos para conseguir a divisão do trabalho e a diferenciação das<br />
funções sociais. O primeiro método [...] é prejudicial aos indivíduos que o<br />
sofrem. A alternativa de cooperação representa um princípio criador. Este<br />
método de controle compartilhado constitui um dos inventos mais<br />
significativos do campo das técnicas sociais (MANNHEIM 1972, p. 33).<br />
Mannheim, preocupado com a passagem da sociedade do laissez faire para<br />
uma sociedade democraticamente planejada, destaca a tarefa de mobilização dos<br />
valores necessários para “ajustar a vida social, em todas as esferas às exigências<br />
da nova técnica e, depois, uma nova definição dos valores morais fundamentais