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Susana Margarita Speroni<br />
objetivo de formar oficiais e engenheiros civis e militares, e que em 1874 se<br />
transforma na Escola Politécnica de caráter totalmente civil.<br />
Esse período foi fecundo na ampliação de oferta de cursos como o de<br />
Agricultura (1812), Química (1817), assim como de outras iniciativas culturais e<br />
científicas, como a da criação da Real Academia de Ciências, Artes e Ofícios (1816)<br />
e a Academia de Pintura, Escultura e Arquitetura Civil (1820), a Imprensa Régia, da<br />
Biblioteca Nacional e dos primeiros periódicos científicos, entre outros.<br />
Cavalcante (2000) acrescenta:<br />
[...] a ideia de universidade reapareceu de maneira transitória no<br />
Movimento da Inconfidência Mineira e quando da transferência da família<br />
real para o Brasil. O que prevaleceu nessa época, entretanto, foi a criação<br />
de estabelecimentos superiores eminentemente profissionalizantes, com<br />
objetivo de atender às necessidades imediatas da corte (p. 8).<br />
Por outro lado, Fávero (2006) sublinha ainda a<br />
criação dos cursos jurídicos, em 1827, instalados no ano seguinte: um em<br />
1º de março de 1828 no Convento de São Francisco, em São Paulo e outro<br />
no Mosteiro de São Bento, em Olinda, em 15 de maio daquele ano [...] com<br />
grande influência na formação das elites e da mentalidade política do<br />
Império. (p. 21).<br />
O Império dá lugar à proclamação da República, e novas tentativas são feitas.<br />
Cavalcante (2000, p. 8) acrescenta que “até 1915, cerca de trinta tentativas –<br />
entre projetos de criação, discursos oficiais, criação de instituições livres – foram<br />
feitas no sentido de instituir a universidade brasileira sem que isso acontecesse”,<br />
correspondendo, assim, ao segundo período em que “tivemos a instituição mas<br />
não possuíamos a universidade”.<br />
As políticas oficiais denotam um processo de abertura ou de flexibilização do<br />
governo que permitem aos estados a criação de universidades como instituições<br />
livres, conforme sublinha Fávero (2000):<br />
Assim, embora o surgimento da universidade, apoiado em ato do Governo<br />
Federal, continuasse sendo postergado, o regime de “desoficialização” do<br />
ensino acabou por gerar condições para o surgimento de universidades,<br />
tendendo o movimento a deslocar-se momentaneamente da órbita do<br />
Governo Central para a dos Estados. Neste contexto surge em 1909 a<br />
Universidade de Manaus, em 1911 é instituída a de São Paulo e em 1912 a<br />
do Paraná como instituições livres (p. 24).<br />
A autora mostra que, em 1920, é criada a primeira universidade oficial, “[...]<br />
que resulta da justaposição de três escolas tradicionais, sem maior integração entre<br />
elas e cada uma conservando suas características próprias [...]” (p. 28).<br />
Este fato é detalhado por Cavalcante (2000, p. 8), que acrescenta: “Pela<br />
Reforma Carlos Maximiliano (Lei nº 2.924, de 5/1/15), o governo foi autorizado a