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Susana Margarita Speroni<br />
Finalmente a Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) e a Universidade do<br />
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), localizadas na capital do Estado e sua área<br />
metropolitana.<br />
Constata-se que esse movimento de interiorização acompanha a tendência<br />
nacional que foi se construindo no decorrer da história do Sistema de Educação<br />
Superior Brasileiro.<br />
Mudanças no sistema produção/acumulação capitalista, novo desenho político<br />
com a finalização da ditadura militar e redemocratização do país, crise do estado<br />
desenvolvimentista e disseminação do neoliberalismo são alguns aspectos que<br />
impõem alterações no ensino superior. Mudanças essas que nem sempre se<br />
configuram como novidades e, muitas vezes, indicam permanência de algumas<br />
características consolidadas há mais de cinquenta anos, mas, que de qualquer<br />
forma, significam desafios importantes a serem enfrentados, principalmente quando<br />
consideramos as universidades comunitárias.<br />
Sguissardi (2002) destaca que as transformações ocorridas nas instituições de<br />
ensino superior no Brasil são semelhantes às ocorridas nos países centrais e se<br />
relacionam com as mudanças nos meios de produção, a crise do estado de bem--<br />
estar social, crise do estado desenvolvimentista. Para o autor, as características<br />
marcantes desse processo compreendem o novo modelo relacionado com o déficit<br />
público, a reforma gerencial do Estado, a privatização dos serviços públicos e a<br />
educação superior como um bem com características de ordem mais privada, em<br />
contraposição à educação básica, que é um bem mais público, princípios esses<br />
que estão presentes nos documentos do Banco Mundial, do FMI, do BID, OMC e do<br />
Consenso de Washington. Acrescenta ainda:<br />
Um simples olhar panorâmico sobre a expansão quantitativa de instituições<br />
privadas, notadamente com fins lucrativos (for profit), e das matrículas<br />
nessas instituições, assim como sobre a lenta mas firme redução dos<br />
investimentos estatais nas universidades públicas, com relação ao PIB, de<br />
uma amostra aleatória de países ricos e pobres, fornecerá provas<br />
contundentes de que a universidade e, por extensão, a educação superior<br />
estão passando por profundas mudanças, de que esse dilema - público ou<br />
privado/mercantil - ocupa lugar central (SGUISSARDI, 2005).<br />
Frantz (2002) adverte em relação ao caráter polissêmico da palavra<br />
comunitário, sendo necessário delinear melhor o significado enquanto um<br />
adjetivador que definirá o modelo ora em estudo. Assim, ele<br />
[...] expressa uma dimensão e atitude política nova e está mais perto da<br />
noção de democracia e justiça social que de privilégios de acesso ao<br />
ensino superior. Sob essa ótica, o termo comunitário incorpora e soma a<br />
noção geográfica de identidade regional, o sentido sociológico de relações<br />
culturais, sociais e políticas de uma determinada população local e regional<br />
(FRANTZ, 2002 p. 14).<br />
De uma forma, ou de outra, o grande desafio que essas instituições enfrentam<br />
na atualidade se relaciona à manutenção dos seus compromissos comunitários<br />
concomitantemente com a sua reprodução como instituição que tem que dar