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40<br />

Susana Margarita Speroni<br />

[...] como analista, seguiu as pegadas de Marx, Max Weber e Mead, ao<br />

reconhecer a força condicionante das estruturas sociais em relação ao<br />

pensamento e a volição. E, como educador, acreditava firmemente nas<br />

potencialidades criadoras do homem, de acordo com o legado<br />

democrático e humanista de Rousseau, recebido pela psicologia e pela<br />

pedagogia moderna [...]. A nova sociedade só pode surgir como criação de<br />

homens dispostos a reajustar-se a si mesmos uma vez mais, porém sobre a<br />

estrela polar dos valores genuínos (!972, p. 16)<br />

Paul Ricoeur (1999, p. 88) sintetiza<br />

Eis como MANNHEIM generaliza o conceito de ideologia. Para ele as<br />

ideologias se definem, essencialmente, por sua não congruência, por sua<br />

discordância em face à realidade social. Só diferem das utopias por traços<br />

secundários. As ideologias são mais professadas pela classe dirigente. E<br />

são as classes subprivilegiadas as que as denunciam. As utopias são,<br />

preferencialmente, professadas pelas classes ascendentes. As ideologias<br />

se acomodam à realidade que justificam e dissimulam, ao passo que as<br />

utopias enfrentam a realidade e a fazem explodir.<br />

Em 1996 a editora Contraponto publica um livro, organizado por Zizek,<br />

intitulado O mapa da ideologia que, na sua introdução, afirma, mais uma vez, que o<br />

conceito de ideologia é ambivalente até o ponto máximo no sentido de que pode<br />

designar qualquer coisa, uma atitude contemplativa que desconhece qualquer<br />

relação com a realidade social ou um meio a partir do qual os indivíduos vivenciam<br />

as suas relações com a estrutura social, e até mesmo as ideias falsas que<br />

legitimam o poder político dominante. Acrescenta, ainda, que a contingência do<br />

real, carente de sentido, é internalizada, simbolizada e adquire sentido. Ou seja, ela<br />

pode significar a internalização de uma contingência ou a externalização de uma<br />

necessidade interna. “Aqui a tarefa da crítica da ideologia é justamente discernir a<br />

necessidade oculta, naquilo que se manifesta como mera contingência” (p. 10).<br />

Por outro lado, acrescenta que a compreensão prévia ou espontânea parece,<br />

pelo menos, implicitamente, mostrar o que não é ideologia.<br />

“A ideologia não é necessariamente falsa enquanto a seu conteúdo<br />

positivo, ela pode ser “verdadeira” e muito precisa, pois o que realmente<br />

importa não é o conteúdo afirmado como tal, mas o modo como esse<br />

conteúdo se relaciona com a postura subjetiva envolvida em seu próprio<br />

processo de enunciação. Estamos dentro do espaço ideológico<br />

propriamente dito no momento em que esse conteúdo “verdadeiro” ou<br />

“falso” (se verdadeiro tanto melhor para o efeito ideológico) - é funcional<br />

com respeito a alguma relação de dominação social(poder, exploração) de<br />

maneira intrinsecamente não transparente, para ser eficaz a lógica de<br />

legitimação da relação de dominação tem que permanecer oculta”(p. 14)<br />

Zizek (1996) também sublinha a necessidade de superar as avaliações do<br />

conceito e suas várias noções em relação à veracidade, interpretando a<br />

multiplicidade de determinações como um indicador de situações históricas<br />

concretas.

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