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150<br />

Susana Margarita Speroni<br />

Questões relativas ao discurso político e institucional foram condutoras de<br />

novos estudos de autores como Patrick Charaudeau, Haquira Osakabe, Dominique<br />

Maingueneau e José Luiz Fiorin.<br />

Como professora senti-me, novamente peço licença para colocar minha<br />

experiência pessoal, obrigada a sintetizar uma série de passos sistemáticos que<br />

orientassem o trabalho de pesquisa e análise dos dados, mesmo ciente da<br />

limitação que o ordenamento das etapas poderia apresentar no sentido de não<br />

apreender os diversos movimentos de construção e reconstrução que o processo<br />

investigativo implica.<br />

Finalmente, a organização da tese, o resultado final, em três partes, a primeira,<br />

abordando as questões teórico-metodológicas importantes para o desenho do<br />

objeto de estudo. A segunda, conduzida por uma metáfora, a quimera, com o<br />

objetivo de construir um diálogo entre as questões teóricas e o discurso<br />

institucional e, finalmente, a terceira parte, com sínteses mais analíticas em relação<br />

aos padrões de relacionamento entre mantenedoras e mantidas, os processos de<br />

ação territorial e de gestão.<br />

As universidades comunitárias estudadas sofrem, no atual contexto, vários<br />

tipos de tensões em relação a questões que são muito caras ao modelo, por<br />

exemplo, definir-se como públicas que, no entanto, não podem acessar verbas<br />

estatais, já que, nos editais, o acesso fica restrito, principalmente, para as federais e<br />

algumas estatais mais destacadas.<br />

Na tentativa de encontrar um novo status legal vem sendo organizado, pela<br />

ABRUC, um movimento de mobilização nacional que envolva não somente as<br />

comunitárias laicas, mas também as confessionais. Esse movimento se constitui<br />

num esforço de construção de consensos em torno de alguns dos princípios<br />

integradores, destaque-se que o princípio democrático de gestão e de escolha dos<br />

dirigentes não se apresenta como possibilidade de construção de consenso.<br />

Essas afirmações nos conduzem, novamente, ao mito criador, como um<br />

conjunto de ideias primordiais para a legitimação do discurso institucional e as<br />

possibilidades de construção identitária. Como foi assinalado no decorrer do<br />

trabalho, um dos eixos estruturantes desse mito criador é o ser democrático como<br />

realidade de escolha direta dos seus gestores e formas de gestão democrática,<br />

como um horizonte utópico que, se não vivenciado na atualidade, merece a<br />

possibilidade de ser projetado para o futuro. Cabe o questionamento: a<br />

impossibilidade de construir acordos em torno dessa questão afetará os processos<br />

de identificação institucional? De que forma? As possíveis respostas deverão ser<br />

objeto de novas pesquisas no futuro, mas é um alerta que não pode ser<br />

desconsiderado.<br />

O presente estudo demonstrou que, no contexto desta investigação,<br />

processos semelhantes afetam o processo decisório em relação à centralização (ou<br />

descentralização) da escolha da pauta da agenda decisória bem como os<br />

mecanismos de escolha da opção adequada a uma situação problema

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