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Planejamento, gestão democrática e integração regional 97<br />
Pode-se observar, então, que os primeiros cursos superiores em Bagé<br />
seguem o padrão nacional das faculdades isoladas que são mantidas por diversas<br />
instâncias, seja o poder público municipal, ou privado, representadas pelas<br />
mantenedoras da então Faculdade Católica de Pelotas ou a Associação de Cultura<br />
Econômica de orientações laica e confessional, respectivamente.<br />
Já no inicio da década de 60, em Caxias do Sul, surgem as primeiras<br />
faculdades, repetindo-se a diversidade de mantenedoras sublinhada em Bagé, mas<br />
com papel mais destacado, até os dias de hoje, da Miitra Diocesana.<br />
Os movimentos em torno da construção da Lei de Diretrizes e Bases da<br />
Educação Nacional (1° LDBN), lei 4024/61, põem em evidência, novamente, a<br />
disputa entre os defensores do ensino público e os privatistas, bem como inicia um<br />
processo de modernização do ensino superior, representado pela criação da<br />
Universidade de Brasília como uma organização institucional e com funções<br />
diferenciadas.<br />
Início da<br />
década de<br />
60<br />
Faculdade / Instituição<br />
Faculdade de Ciências Econômicas e<br />
Faculdade de Filosofia<br />
Escola de Enfermagem Madre Justina<br />
Inês<br />
Faculdade de Direito<br />
Escola de Belas Artes<br />
Mantenedora<br />
Mitra Diocesana<br />
Sociedade Caritativo-Literária<br />
São José<br />
Sociedade Hospitalar Nossa<br />
Senhora de Fátima<br />
Prefeitura Municipal<br />
Quadro 9: Os primeiros cursos de educação superior em Caxias do Sul e suas<br />
respectivas mantenedoras<br />
Fonte: Quadro elaborado pela autora.<br />
Dourado (2001) destaca, conforme foi assinalado anteriormente, que no<br />
período compreendido entre os anos finais da década de quarenta e o golpe militar<br />
de 64, no bojo das políticas desenvolvimentistas, acelera-se a expansão do sistema<br />
de educação superior através da criação de faculdades isoladas e da federalização<br />
das escolas já existentes. Dourado, Oliveira e Catani (2003) reforçam, ainda, que<br />
no processo de constituição do sistema de educação superior no Brasil ocorrem<br />
vários movimentos de contenção e expansão que “intensificam-se a partir do<br />
período populista, especialmente por meio da federalização de instituições de<br />
ensino superior nas décadas de 1940 e 1950” (p. 23).<br />
Dentro desse processo de expansão, encontramos mais um exemplo no<br />
interior do Rio Grande do Sul, na cidade de Santa Cruz do Sul, quando em 1962,<br />
ocorre um movimento de várias lideranças locais que fundam e organizam a<br />
Associação Pró Ensino de Santa Cruz do Sul, APESC, responsável pela condução<br />
do processo de implantação de ensino superior na cidade. Este fato seria<br />
consolidado com a criação da Faculdade de Ciências Contábeis e do curso de<br />
Ciências Contábeis dois anos depois. Neste momento, o caráter público da<br />
associação se manifesta, através da declaração de utilidade pública municipal, pelo<br />
poder público local. O caráter “comunitário” pode ser exemplificado, nesse caso,