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Susana Margarita Speroni<br />
seja, a região é um espaço vivido. É a visão política da região no sentido de que as<br />
relações de poder são cruciais ao processo de diferenciação de áreas. “A história<br />
de cada porção da superfície terrestre não é mais autônoma, mas dependente, em<br />
maior ou menor grau, de processos gerais universais” (CORRÊA, 2000, p. 89).<br />
Assim, passou a ser encarada como um lugar particularizado capaz de mediar<br />
os processos mais amplos, como a globalização, e os singulares, particularmente<br />
específicos, que se traduzem, especialmente em cada região, como consequência<br />
da comunidade que realmente os organiza e dirige.<br />
A paisagem é a porção visível da configuração territorial, correspondendo a<br />
todo o conjunto de elementos naturais, e os constituídos pelo trabalho humano, ou<br />
seja, nela se concretizam as relações entre os seres humanos e deles com todos os<br />
elementos constitutivos da natureza.<br />
Da mesma forma, o espaço geográfico é a articulação entre a paisagem e as<br />
relações sociais e de produção, caracterizando-se pela sua mutabilidade tanto a<br />
nível local quanto regional. Os espaços geográficos podem ser divididos de acordo<br />
com critérios específicos como homogeneidade, polarização ou centralidade. A<br />
regionalização é o processo de formação/transformação das regiões,<br />
acompanhando suas dinâmicas e suas mudanças de conteúdo.<br />
No Brasil foram encaminhadas diversas regionalizações, destacando que o<br />
primeiro esforço de sistematização foi encaminhado em 1940 como consequência<br />
da necessidade de se ter uma divisão regional estável para facilitar o uso de dados<br />
estatísticos e permitir a sua comparabilidade no decorrer do tempo.<br />
A partir de 1960, um novo modelo considera as características geoeconômicas<br />
reconhecidas através dos estudos de espaços homogêneos e polarizados, fluxos e<br />
relações espaciais de produção e consumo. A divisão regional, nesse período,<br />
devia atender a três objetivos: fins estatísticos; fins de descentralização<br />
administrativa; fins de planejamento. A divisão regional brasileira passou a ter,<br />
então, cinco grandes regiões : norte, nordeste, sudeste, sul, centro-oeste. Na<br />
divisão regional de 1977 o modelo anterior é acrescido por mais um nível a<br />
mesorregião, que é o agrupamento de várias microrregiões.<br />
Diversos outros processos de regionalização foram sendo encaminhados.<br />
Como exemplo particular implantado no Rio Grande do Sul mencionamos os<br />
Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), que foram criados pela Lei nº<br />
10.283 de 17/10/1994 e regulamentados pelo decreto nº 35.764, de 28/12/1994,<br />
pelo então governador Alceu Collares (PDT), como fóruns de discussão a respeito<br />
de políticas e ações que visem ao desenvolvimento das regiões em que o estado foi<br />
dividido. Foram instituídos com os seguintes objetivos principais: promoção do<br />
desenvolvimento regional harmônico e sustentável; integração dos recursos e das<br />
ações do governo da região; melhoria da qualidade de vida da população;<br />
distribuição equitativa da riqueza produzida; estímulo a permanência do homem em<br />
sua região; preservação e recuperação do meio ambiente. Cabe destacar o papel<br />
central das universidades comunitárias, tanto na origem, quanto na manutenção