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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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Capítulo 14 • 103<br />

porque eu vivo, vós também vivereis; e então o significado será que os<br />

crentes viverão, porque Cristo vive. De bom grado abraço a primeira<br />

opinião, e, no entanto, podemos extrair dela a outra doutrina, a saber,<br />

que a vida de Cristo é a causa de nossa vida. Ele começa realçando a<br />

causa da diferença por que ele será visto por seus discípulos, e não<br />

pelo mundo. É porque Cristo não pode ser visto senão de conformidade<br />

com a vida espiritual, da qual o mundo se acha privado. O mundo não<br />

vê Cristo; isso não é de se admirar, porque a morte, da cegueira é a<br />

causa; mas tão logo alguém começa a ver através do Espírito, o mesmo<br />

é imediatamente dotado com olhos para ver Cristo. Ora, a razão desse<br />

fato é que nossa vida se acha estreitamente conectada com a vida de<br />

Cristo e procede dela como de uma fonte; pois estamos inerentemente<br />

mortos, e a vida da qual nos gloriamos é uma morte muito séria.<br />

Consequentemente, quando a questão é como podemos obter a vida,<br />

nossos olhos têm que direcionar-se para Cristo e sua vida tem de nos<br />

ser comunicada pela fé, para que nossa consciência seja plenamente<br />

convencida de que, enquanto Cristo vive, estamos livres de todo perigo<br />

de destruição; pois é uma verdade inquestionável que sua vida<br />

nada seria se seus membros estivessem mortos.<br />

20. Naquele dia. Alguns ligam isto ao dia de Pentecostes, mas,<br />

antes, denota o curso ininterrupto, por assim dizer, de um único dia,<br />

desde o tempo em que Cristo exerceu o poder de seu Espírito até a ressurreição<br />

final. Desde aquele tempo começaram a conhecer, porém foi<br />

um início tanto débil, porque o Espírito não tinha ainda operado neles<br />

de forma tão poderosa. Pois o objetivo destas palavras é comprovar<br />

que não podemos, por uma indolente especulação, conhecer qual é a<br />

sacra e mística união entre nós e ele e também entre ele e o Pai; senão<br />

que o único modo de conhecer é quando ele funde sua vida em nós<br />

pela eficácia secreta do Espírito; e esta é a prova da fé que recentemente<br />

mencionei.<br />

E quanto à maneira em que esta passagem foi anteriormente mal<br />

usada pelos arianos com o intuito de provar que Cristo só é Deus por<br />

participação e pela graça, é fácil de se refutar seu sofisma, pois Cristo

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