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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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Capítulo 16 • 155<br />

todas as coisas, de modo a gerar uma inconveniente e desditosa<br />

confusão nas obras de Deus; mas quando ele é despido por Cristo<br />

de sua tirania, então o mundo é restaurado e a boa ordem se vê<br />

reinar. Assim o Espírito convence o mundo do juízo; isto é, tendo<br />

vencido o príncipe da impiedade, Cristo restaura à ordem aquelas<br />

coisas que antes estavam rasgadas e deterioradas.<br />

12. Tenho ainda muitas coisas a vos dizer. O discurso de Cristo<br />

poderia não exercer tanta influência sobre seus discípulos ao ponto de<br />

convencê-los de sua ignorância e de ainda conservá-los em perplexidade<br />

acerca de muitas coisas; e não só isso, mas raramente obteriam<br />

um leve sabor daquelas coisas que deveriam lhes ter comunicado pela<br />

satisfação, não tivessem sido para a obstrução oriunda da fragilidade<br />

da carne. Portanto, era impossível senão que a consciência de sua pobreza<br />

os oprimisse com temor e ansiedade. Cristo, porém, os satisfaz<br />

com esta consolação: quando tiverem recebido o Espírito, serão novas<br />

criaturas e totalmente diferentes do que eram antes.<br />

Mas não o podeis suportar agora. Ao dizer que, se fosse ele dizer-lhes<br />

algo mais, ou algo ainda mais grandioso, não seriam capazes<br />

de suportá-lo, seu objetivo é encorajá-los com a esperança de melhor<br />

progresso, para que não decaíssem em sua coragem. Pois a graça que<br />

ele lhes outorgara não devia ser avaliada por seus presentes sentimentos,<br />

visto que se achavam a uma imensa distância do céu. Em suma,<br />

ele os convida a serem joviais e corajosos, seja qual fosse sua presente<br />

fraqueza. Mas como nada mais havia senão a doutrina em que<br />

pudessem confiar, Cristo os lembra de que a confiara à capacidade<br />

deles. No entanto, para levá-los a esperarem que logo depois obteriam<br />

uma instrução muito superior e mais abundante, é como se quisesse<br />

dizer-lhes: “Se o que ouvistes de mim ainda não for suficiente para<br />

confirmar-vos, sede um pouco mais pacientes; pois antes de muita<br />

delonga, tendo desfrutado do ensino do Espírito, de nada mais necessitareis;<br />

ele removerá de vós toda ignorância que ainda vos resta.”<br />

Agora vem a lume a pergunta: Que coisas eram essas que os<br />

apóstolos não eram ainda capazes de aprender? Os papistas, com o

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