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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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72 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

flige uma ferida mortal em outros duzentos, enquanto a prontidão de<br />

dez ou vinte santos dificilmente edifica um único indivíduo. Por isso,<br />

enquanto Cristo colocava tal monstro diante dos olhos dos discípulos,<br />

era também necessário que ele estendesse sua mão para eles, para<br />

que, abalados pela novidade, não retrocedessem. Tampouco foi só por<br />

essa conta que ele disse isso, mas também previa a vantagem dos que<br />

viessem depois; porque do contrário a lembrança de Judas poderia,<br />

ainda nos dias atuais, trazer-nos graves prejuízos. Quando o diabo não<br />

consegue alienar-nos de Cristo provocando ódio por sua doutrina, ele<br />

desperta a aversão ou o desprezo dos próprios ministros.<br />

Ora, esta admoestação de Cristo mostra que é irracional que a<br />

impiedade de alguém, cuja conduta é perversa ou inconveniente a seu<br />

ofício, por fim diminua a autoridade apostólica. A razão é que devemos<br />

contemplar a Deus, o Autor do ministério, em quem, certamente, nada<br />

encontramos que nos dê o direito de desprezá-lo; e também devemos<br />

contemplar a Cristo que, tendo sido designado pelo Pai para ser o único<br />

Mestre, fala por seus apóstolos. Quem quer, pois, que não se digne<br />

de receber os ministros do evangelho, rejeita a Cristo neles, e rejeitam<br />

a Deus em Cristo.<br />

Os papistas agem de forma insensata e ridícula quando se esforçam<br />

em obter esse aplauso para si a fim de exercer sua tirania. Pois,<br />

em primeiro lugar, se adornam com plumagens mendigadas e emprestadas,<br />

não tendo qualquer semelhança com os apóstolos de Cristo;<br />

e, em segundo lugar, admitindo que são apóstolos, nada estava mais<br />

longe da intenção de Cristo, nesta passagem, do que transferir para os<br />

homens seus próprios direitos, pois que outra coisa é receber os que<br />

Cristo envia senão dar-lhes espaço para que cumpram o ofício que<br />

lhes fora confiado?<br />

[13.21-29]<br />

Tendo Jesus dito essas palavras, turbou-se em espírito e testificou,<br />

dizendo: Em verdade, em verdade eu vos digo, que um de vós me<br />

trairá. Os discípulos, pois, se entreolharam, duvidando de quem

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