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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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188 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

deste eu lhas dei. Ele fala de conformidade com seu costume ordinário,<br />

na pessoa do Mediador ou Servo de Deus, ao dizer que nada ensinara<br />

senão o que havia recebido do Pai; porque, visto que sua condição<br />

pessoal era ainda humilde, enquanto estava na carne; e visto que sua<br />

majestade divina se achava velada sob a forma de servo, sob a pessoa<br />

do Pai ele simplesmente quer dizer Deus. Contudo devemos manter<br />

pela afirmação que <strong>João</strong> fez no início de seu <strong>Evangelho</strong> que, no que<br />

concerne em Cristo ser o Verbo Eterno de Deus, ele era sempre um só<br />

Deus com o Pai. Portanto, o significado é que Cristo era uma fiel testemunha<br />

de Deus aos discípulos, de modo que sua fé estava fundada<br />

exclusivamente na veracidade de Deus, já que o próprio Pai falava no<br />

Filho. O receber de que ele fala é oriundo de haver ele eficazmente manifestado<br />

o nome de seu Pai por intermédio do Espírito Santo.<br />

E verdadeiramente têm conhecido. Ele agora reitera, em outros<br />

termos, o que previamente mencionara; pois Cristo veio do Pai e foi<br />

enviado por ele tem o mesmo significado do que vem antes, que todas<br />

as coisas que ele tem procedem do Pai. O significado equivale a isto: a<br />

fé deve projetar seus olhos diretamente para Cristo, contudo ao ponto<br />

de não formar nenhuma concepção dele que seja terrena ou inferior,<br />

mas deve ser projetada para seu divino poder, de modo que creiam<br />

firmemente que ele tem perfeitamente Deus em si, bem como tudo o<br />

que pertence a Deus.<br />

E têm crido. É preciso observar-se também que na sentença anterior<br />

ele emprega o verbo conhecer, e agora ele emprega o verbo crer;<br />

pois assim ele mostra que nada que se relaciona a Deus pode ser conhecido<br />

senão pela fé, mas que na fé existe tal certeza que ela é com<br />

razão chamada conhecimento.<br />

9. Oro por eles. Até aqui Cristo apresentou o que pudesse granjear<br />

para os discípulos favor junto ao Pai. Ele agora formula a oração<br />

propriamente dita, na qual ele mostra que nada pede senão o que seja<br />

agradável à vontade do Pai, porque ele pleiteia com o Pai em favor<br />

somente daqueles a quem o Pai mesmo espontaneamente ama. Ele declara<br />

francamente que não ora pelo mundo, porque sua solicitude é

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