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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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50 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

pois, provém a efeminação 29 que nos leva a ceder à insidiosa hipocrisia,<br />

senão porque, aos olhos do mundo, todos os nossos sentidos se<br />

embrutecem? Pois uma genuína visão de Deus dissiparia instantaneamente<br />

toda a névoa da riqueza e honras. Longe, pois, com aqueles que<br />

consideram uma negação indireta de Cristo como sendo um escândalo<br />

trivial, ou, como costumam chamá-lo, um pecado venial! Porque, ao<br />

contrário, o Espírito Santo declara que isto é mais vil e monstruoso do<br />

que se o céu e a terra fossem misturados.<br />

Amar a glória dos homens significa, nesta passagem, o anseio<br />

pelo desfrute de reputação entre os homens. O Evangelista, pois, tem<br />

em vista que aqueles homens eram tão devotados ao mundo, que aspiravam<br />

mais o aplauso dos homens do que o agrado de Deus. Além<br />

disso, ao acusar deste crime os que negavam a Cristo, ao mesmo<br />

tempo ele mostra que a excomunhão, da qual os sacerdotes usavam<br />

e abusavam, contraria a tudo o que era direito e lícito e era destituída<br />

de qualquer valor ou eficácia. Saibamos, pois, que todas as excomunhões<br />

que o papa ora vocifera contra nós não passam de mero terror<br />

imaginário a amedrontar crianças, 30 já que estamos plenamente convictos,<br />

em nossas próprias consciências, que ele nada mais almeja<br />

senão desviar-nos de Cristo.<br />

44. E Jesus clamou. O objetivo de Cristo, nesta afirmação, é encorajar<br />

seus seguidores a uma inabalável firmeza da fé; mas contém<br />

também uma reprovação implícita, pela qual ele tencionava corrigir<br />

esse perverso temor. O clamor expressa veemência, pois ele não é<br />

uma doutrina simples, mas uma exortação tencionada a excitá-los<br />

mais poderosamente. A afirmação equivale a isto: que a fé em Cristo<br />

não se apóia em algum homem mortal, e sim em Deus; pois ela não<br />

acha em Cristo outra coisa senão o que é divino; ou, melhor, ela contempla<br />

Deus em sua face. Daí ele inferir que é tolice e irracional que a<br />

fé seja oscilante ou nutra dúvida, pois é impossível oferecer maior insulto<br />

a Deus do que não confiar em sua verdade. Quem, pois, extrai o<br />

29 “D’ou vient don ela delicatesse?”<br />

30 “Ne sont qu’espouvantemens de petits enfants.”

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