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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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80 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

culiarmente pertence à morte de Cristo está no fruto que dela emanou<br />

para a salvação dos homens.<br />

33. Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Como era<br />

impossível que os discípulos não estivessem profundamente entristecidos<br />

com a partida de seu Mestre, assim ele lhes faz uma advertência<br />

inicial de que não mais estará com eles e, ao mesmo tempo, os exorta<br />

à paciência. Finalmente, para remover um inoportuno ardor do desejo,<br />

ele declara que não poderão segui-lo imediatamente. Ao tratá-los como<br />

filhinhos, ele mostra, com essa amável designação, que sua razão para<br />

apartar-se deles não significa que ele tenha pouca preocupação pelo<br />

seu bem-estar, porquanto os ama de maneira muito terna. Aliás, o objetivo<br />

que ele tinha em mente ao vestir-se de nossa carne era para que<br />

fosse nosso irmão, pois com esse outro título ele expressa mais fortemente<br />

o ardor de seu amor.<br />

Como eu disse aos judeus. Ao dizer que ele lhes reitera o que<br />

previamente dissera aos judeus, isso procede no que tange às palavras,<br />

porém há uma ampla diferença no significado; pois ele declara que<br />

não podem segui-lo, para que pudessem suportar pacientemente sua<br />

ausência temporária, e, por assim dizer, os refreia para que perseverassem<br />

em seu ofício até que concluíssem sua luta terrena; de modo<br />

que ele não os exclui perpetuamente, como fez com os judeus, do reino<br />

de Deus, mas apenas os convida a aguardarem pacientemente, até<br />

que fossem conduzidos, juntamente com ele, ao reino celestial.<br />

34. Um novo mandamento vos dou. À consolação ele acrescenta<br />

uma exortação: para que vos ameis uns aos outros; como se quisesse<br />

dizer: “Ainda que por algum tempo estarei ausente de vós, quanto<br />

ao corpo, testifico que, pelo amor mútuo, eu não vos ensinei em vão;<br />

que isso vos sirva de constante estudo, de principal meditação.” Por<br />

que ele o denomina de novo mandamento? Nem todos estão de acordo<br />

sobre este ponto. Há quem suponha que a razão seja que, enquanto a<br />

injunção previamente contida na lei sobre o amor fraternal era literal<br />

e externa, Cristo a escreveu de novo, por seu Espírito, nos corações<br />

dos crentes. E assim, segundo essa opinião, a lei é nova, porque ele a

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