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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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232 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

O mesmo sucede em outras questões. Os artigos primordiais da<br />

teologia são estes: a maldição pronunciada sobre a raça humana, a<br />

corrupção da natureza, a mortificação da carne, a renovação da vida,<br />

a reconciliação efetuada por livre graça através do único sacrifício, a<br />

imputação da justiça, por meio da qual o pecado é aceito por Deus,<br />

e a iluminação do Espírito Santo. Estes, sendo paradoxais, são desdenhosamente<br />

rejeitados pelo entendimento ordinário dos homens.<br />

Portanto, poucos fazem progresso na escola de Deus, porque raramente<br />

encontramos uma pessoa em dez que atentam para as primeiras e<br />

elementares instruções; e por que esse é o caso, senão porque medem<br />

a sabedoria secreta de Deus por seu próprio entendimento?<br />

Que Pilatos falou desdenhosamente é evidente à luz da circunstância<br />

que logo em seguida se sobressai. Em suma, ele fica irado com<br />

Cristo por gloriar-se de manifestar a verdade, a qual anteriormente<br />

esteve em trevas. Não obstante, tal indignação manifestada por Pilatos<br />

mostra que os ímpios nunca rejeitam a doutrina do evangelho tão<br />

desrespeitosamente como não sendo algo movido por sua própria eficácia.<br />

Porque, ainda que Pilatos não procedesse de forma a tornar-se<br />

humilde e suscetível de instrução, contudo ele se vê constrangido a<br />

sentir alguma compunção interior.<br />

39. Mas vós tendes por costume. Pilatos desde o princípio ponderava<br />

sobre como poderia salvar a vida de Cristo; ele tentou manter<br />

o meio termo a fim de aplacar fúria do povo que nutria uma raiva tão<br />

furiosa, pois ele cria que seria suficiente que Cristo, sendo desmascarado<br />

como malfeitor, fosse estigmatizado com perpétua ignomínia. Ele,<br />

pois, escolhe Barrabás primeiro que os demais a fim de que, à guisa de<br />

comparação com aquele homem, o ódio que nutriam por Cristo fosse<br />

aplacado. Porque Barrabás era universal e veementemente detestado<br />

por causa de seus crimes atrozes. E de fato há algo mais detestável do<br />

que um salteador? Lucas [23.19], porém, relata que, em adição a isso,<br />

ele era culpado de outros crimes.<br />

O fato de os judeus o preferirem a Cristo não se deu sem uma singular<br />

interposição da providência divina; pois teria sido sumamente

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