06.10.2015 Views

Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 12 • 11<br />

2. Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia. Mateus [26.7] e Marcos [14.3]<br />

dizem que ele então ceou na casa de Simão, o leproso. <strong>João</strong> não faz<br />

menção de casa, porém mostra com bastante clareza que a ceia lhe foi<br />

oferecida em algum outro lugar, e não na casa de Lázaro e Marta, porquanto<br />

ele diz que Lázaro era um dos se sentavam com ele à mesa, isto<br />

é, um dos que foram convidados juntamente com Cristo. Tampouco<br />

constitui qualquer contradição o registro de Mateus e Marcos de que a<br />

cabeça de Cristo foi ungida, enquanto <strong>João</strong> registra que seus pés foram<br />

ungidos. A prática usual era ungir a cabeça, e por essa conta Plínio a<br />

considera um exemplo de luxo excessivo alguém ungir os tornozelos.<br />

Os três evangelistas concordam nisso: Maria não ungiu a Cristo aspergindo,<br />

mas derramando sobre ele boa quantidade de unguento. O que<br />

<strong>João</strong> fala sobre os pés equivale a isto: que todo o corpo de Cristo, da<br />

cabeça aos pés, foi ungido. Há uma ampliação na palavra pés, a qual<br />

aparece mais plenamente no que se segue, quando ele diz que Maria<br />

enxugou seus pés com seus cabelos.<br />

3. E a casa se encheu com o perfume do unguento. Esse não era<br />

um simples líquido extraído do nardo indiano, e, sim, um composto de<br />

muitas substâncias odoríferas; e por isso não surpreende que toda a<br />

casa tenha se impregnado com o perfume.<br />

4. Então um de seus discípulos disse. Em seguida vem a queixa de<br />

Judas, a qual Mateus [26.8] atribui indiscriminadamente aos discípulos, e<br />

Marcos [14.4], a algum dentre eles. Mas é costumeiro nas Escrituras aplicar-se<br />

a muitos, valendo-se de uma metonímia, o que pertence a um ou a<br />

uns poucos. Quanto a mim, porém, penso ser provável que a censura tenha<br />

procedido somente de Judas, e que os demais se deixaram induzir,<br />

dando-lhe seu assentimento. porquanto os murmuradores, bafejando<br />

uma chama, facilmente acendem em nós uma variedade de disposições.<br />

E, mais especialmente, visto que somos extremamente propensos a formar<br />

juízos desfavoráveis, as calúnias prontamente nos influenciam. Mas<br />

a credulidade que o Espírito de Deus reprova nos apóstolos constitui<br />

uma advertência para não nos deixarmos, tão facilmente e com tanta<br />

credulidade, dar ouvidos às declarações caluniosas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!