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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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Capítulo 16 • 149<br />

lhes ordena, em primeiro lugar, a firmar bem em suas mentes o que já<br />

ouviram; em segundo lugar, os lembra que, quando chegar o momento<br />

oportuno, as porão em prática; e, finalmente, declara que não se<br />

deve dar pouca importância ao fato de que ele pronuncia predições<br />

de eventos futuros.<br />

E não vos disse essas coisas desde o princípio. Visto que os apóstolos<br />

ainda eram frágeis e inexperientes, enquanto Cristo conversava<br />

com eles na carne, seu Mestre, singularmente bom e indulgente, os<br />

poupava e não os deixava ser afligidos além do que eram capazes de<br />

suportar. Portanto, naquele tempo não tinham grande necessidade de<br />

confirmação, enquanto desfrutavam de lazer e liberdade, isentos de<br />

perseguição; mas agora lhes diz que devem mudar seu modo de vida;<br />

e como uma nova condição os aguarda, igualmente os exorta a se prepararem<br />

para o conflito.<br />

5. E agora eu vou para aquele que me enviou. Lançando mão de<br />

uma consolação mui excelente, ele atenua a tristeza que poderiam sentir<br />

em decorrência de sua partida, e isso era sumamente necessário.<br />

Àqueles que até então se permitiu permanecer em sua tranquilidade<br />

eram chamados para severa e árdua batalha para o futuro. Em que,<br />

pois, teriam se transformado se não soubessem que Cristo estava no<br />

céu como guardião de sua salvação? Porque, ir para o Pai nada mais<br />

é do que ser recebido na glória celestial a fim de tomar posse da mais<br />

elevada autoridade. Portanto, isso lhes é realçado como um consolo<br />

e um antídoto contra a tristeza, ou, seja, embora Cristo se ausentasse<br />

fisicamente deles, contudo estaria sentado à destra do Pai para proteger<br />

os crentes com seu poder.<br />

Cristo aqui censura os apóstolos por dois erros: primeiro, estavam<br />

demasiadamente apegados à presença visível de sua carne; e,<br />

segundo, quando esta fosse retirada, se veriam apoderados pela tristeza<br />

e não conseguiriam erguer seus olhos para as regiões celestiais.<br />

O mesmo sucede a nós; pois sempre limitamos Cristo com nossos sentidos,<br />

e então, se ele não surgir visivelmente segundo nosso desejo,<br />

geramos em nós mesmos um motivo para desespero.

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