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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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172 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

o ofício de Intercessor? Em outra passagem, <strong>João</strong> o denomina de nosso<br />

Advogado [1Jo 2.1]. Paulo também testifica que Cristo agora intercede<br />

por nós [Rm 8.34]; e o mesmo é confirmado pelo autor da Epístola aos<br />

Hebreus, o qual declara que Cristo vive sempre para fazer intercessão<br />

por nós [Hb 7.25]. Respondo que Cristo não diz absolutamente, nesta<br />

passagem, que ele não será Intercessor, mas apenas diz que o Pai<br />

será tão favoravelmente disposto em relação aos discípulos que, sem<br />

qualquer dificuldade, dará graciosamente tudo quanto pedirem. “Meu<br />

Pai”, diz ele, “vos suprirá e, por causa do grande amor que tem para<br />

convosco, antecipará o Intercessor que falará em vosso favor.”<br />

Além disso, ao lermos que Cristo intercede junto ao Pai por nós,<br />

não cedamos a imaginações carnais a seu respeito, como se ele se pusesse<br />

de joelhos diante do Pai, oferecendo humilde súplica em nosso<br />

nome. Mas o valor de seu sacrifício, por meio do qual ele uma vez pacificou<br />

a Deus por nós, é sempre poderoso e eficaz; o sangue por meio<br />

do qual ele expiou nossos pecados, a obediência que ele rendeu, tudo<br />

é uma contínua intercessão por nós. Esta é uma notável passagem,<br />

pela qual somos ensinados que temos o coração do Pai celestial, 12 enquanto<br />

apresentarmos diante dele o nome de seu Filho.<br />

27. Porque vós me tendes amado. Estas palavras nos lembram<br />

que o único vínculo de nossa união com Deus é estarmos unidos a<br />

Cristo; e estamos unidos a ele por meio de uma fé que não é fingida,<br />

senão que emana de sincera afeição, a qual ele descreve pelo nome<br />

de amor; pois ninguém crê em Cristo com pureza que não o abrace<br />

cordialmente, portanto com essa palavra ele expressou bem o poder<br />

e a natureza da fé. Mas se é somente quando amamos a Cristo que<br />

Deus começa a amar-nos, segue-se que o início da salvação está em<br />

nós mesmos, porque temos antecipado a graça de Deus. Numerosas<br />

passagens da Escritura, em contrapartida, se opõem a esta afirmação.<br />

A promessa de Deus é: Eu os farei me amar; e <strong>João</strong> afirma: Não que o<br />

amamos primeiro 13 [1Jo 4.10]. Seria supérfluo coligir muitas passagens;<br />

12 “Le cœur du Pere celeste.”<br />

13 Citando de memória, nosso autor entrelaçou duas passagens. A primeira é: Nisto está

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