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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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Capítulo 13 • 69<br />

Deus nos designa para alguma obra particular; da mesma forma como<br />

Saulo que foi eleito para ser rei, e, contudo era réprobo. Aqui, porém,<br />

Cristo fala da eleição eterna, pela qual nos tornamos filhos de Deus e<br />

pela qual Deus nos predestinou para a vida antes da criação do mundo.<br />

E de fato os réprobos são às vezes revestidos por Deus com os dons<br />

do Espírito para a execução do ofício com que ele os reveste. Assim,<br />

em Saul, percebemos, por algum tempo, o fulgor das virtudes régias;<br />

e assim também Judas foi distinguido por dons eminentes, sendo os<br />

mesmos adaptados para um apóstolo de Cristo. Mas isso é amplamente<br />

diferente da santificação do Espírito Santo, a qual o Senhor a ninguém<br />

outorga senão a seus próprios filhos pois ele os renova no entendimento<br />

e no coração, para que sejam santos e irrepreensíveis diante dele.<br />

Além disso, essa santificação tem uma profunda raiz neles, a qual não<br />

pode ser removida; porque a adoção divina é sem arrependimento. 18 Entrementes,<br />

consideremos como um ponto estabelecido que ela resulta<br />

da eleição divina, quando, tendo abraçado pela fé a doutrina de Cristo,<br />

também a seguimos durante toda nossa vida e que esta é a única causa<br />

de nossa felicidade, pela qual somos distinguidos dos réprobos. Porque<br />

eles, sendo destituídos da graça do Espírito, perecem miseravelmente,<br />

enquanto temos Cristo por nosso guardião, o qual nos guia com sua<br />

mão e nos sustenta com seu poder.<br />

Além disso, Cristo dá aqui uma clara prova de sua Deidade. Em<br />

primeiro lugar, quando declara que ele não julga segundo o método<br />

dos homens; e, em segundo lugar, quando ele declara ser o Autor da<br />

eleição. Porque ao dizer, “Eu conheço” o conhecimento de que ele fala<br />

pertence peculiarmente a Deus, mas a segunda prova – contida nas<br />

palavras “os que escolhi” – é muito mais poderosa, porque ele testifica<br />

que aqueles a quem ele elegeu antes da criação do mundo foram eleitos<br />

por ele mesmo. Uma demonstração tão notável de seu poder divino<br />

deve afetar-nos mais profundamente do que se a Escritura o denominasse<br />

centenas de vezes e diretamente Deus.<br />

18 Sem qualquer possibilidade de cancelamento, porquanto é consumada pelo Deus<br />

imutável e que não pode mentir.

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