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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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Capítulo 17 • 197<br />

A verdade é aqui tomada, à guisa de eminência, pela luz da sabedoria<br />

celestial, na qual Deus se manifesta a nós, para que nos forme<br />

a sua imagem. É verdade que a pregação externa da palavra por si<br />

mesma não realiza isso, pois essa pregação é impiamente profanada<br />

pelos réprobos; lembremo-nos, porém, de que Cristo fala dos eleitos, a<br />

quem o Espírito Santo eficazmente regenera por meio da palavra. Ora,<br />

como os apóstolos não estavam totalmente destituídos desta graça,<br />

devemos inferir das palavras de Cristo que a santificação não é instantaneamente<br />

completada em nós no primeiro dia, mas que fazemos<br />

progresso nela ao longo de todo o curso de nossa vida, até que, por<br />

fim, Deus, havendo despido de nós as vestimentas da carne, nos encha<br />

com sua justiça.<br />

18. Como me enviaste ao mundo. Ele confirma sua oração com<br />

outro argumento; isto é, porque a vocação de Cristo e dos apóstolos<br />

é a mesma vocação e é comum a ambos. “Agora”, diz ele, “os designo<br />

a um ofício que até agora mantive por teu mandamento e por isso é<br />

necessário que sejam munidos com o poder de teu Espírito, para que<br />

sejam aptos a suportar tão pesada incumbência.”<br />

19. E por causa deles eu me santifico. Com estas palavras ele<br />

explica mais claramente de que fonte flui essa santificação, a qual é<br />

completada em nós pela doutrina do evangelho. É porque ele se consagrou<br />

ao Pai que sua santidade nos alcança; pois como a bênção nas<br />

primícias se difunde por toda a colheita, assim o Espírito de Deus nos<br />

purifica pela santidade de Cristo e nos faz participantes dela. Tampouco<br />

isso só é feito por imputação, pois nesse aspecto lemos que ele<br />

se fez nossa justiça; mas ainda lemos que ele se fez nossa santificação<br />

[1Co 1.30], porque ele, por assim dizer, nos apresentou a seu Pai em<br />

sua própria pessoa, para que sejamos renovados para a verdadeira<br />

santidade por meio de seu Espírito. Além disso, ainda que esta santificação<br />

pertença a toda a vida de Cristo, contudo a ilustração mais<br />

elevada dela foi dada no sacrifício de sua morte; pois então ele demonstrou<br />

ser o verdadeiro Sumo Sacerdote, por consagrar o templo, o<br />

altar, todos os vasos e o povo, pelo poder de seu Espírito.

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