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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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36 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

qual era fazer cessar o temor que naturalmente sentia, tão logo percebeu<br />

que o prazer de Deus era contrário. Em contrapartida, temos uma<br />

dupla batalha; porquanto ainda temos de lutar contra a obstinação<br />

da carne. A consequência é que os combatentes mais valentes nunca<br />

vencem sem que sejam antes feridos.<br />

Pai, salva-me desta hora. Esta é a ordem que tem de ser mantida,<br />

sempre que formos angustiados pelo medo, ou oprimidos pela tristeza.<br />

Nossos corações devem ser instantaneamente elevados a Deus.<br />

Pois não existe nada pior ou mais injurioso do que nutrir interiormente<br />

o que nos atormenta; como vemos uma grande parte do mundo<br />

consumida por tormentos ocultos, e todos quantos não recorrem a<br />

Deus são justamente punidos por sua indolência, jamais recebendo<br />

qualquer alívio.<br />

28. Pai, glorifica teu nome. Com estas palavras ele testifica que<br />

prefere a glória do Pai a todas as demais coisas, e inclusive negligencia<br />

e desconsidera sua própria vida. E a verdadeira norma de todos os<br />

nossos desejos é buscar a glória de Deus de tal maneira que todas as<br />

demais coisas deem lugar a ela, pois ela deve ser reputada por nós<br />

como uma rica recompensa, levando-nos a suportar pacientemente<br />

tudo o que é vexatório ou desagradável.<br />

Já o tenho glorificado. É como se ele quisesse dizer: consumarei<br />

o que comecei; pois Deus “nunca deixa imperfeita a obra de suas<br />

mãos”, no dizer do Salmo 138.8. Mas, como o propósito de Deus é prevenir<br />

o escândalo da cruz, ele não só promete que a morte de Cristo<br />

seria gloriosa, mas também menciona com enaltecimento os numerosos<br />

ornamentos com que ele já a havia adornado.<br />

29. Um trovão. Era realmente monstruoso que a multidão ali reunida<br />

não fosse mobilizada por tão evidente milagre. Alguns são tão<br />

insensíveis, que ouvem como que sons confusos aquilo que Deus distintamente<br />

havia pronunciado. Outros, são menos impassíveis, mas,<br />

mesmo assim, eliminam muito da majestade da voz divina, pretendendo<br />

que “era um anjo que falava”. Mas, a cada dia pratica-se a mesma<br />

coisa; pois Deus fala no evangelho com suficiente clareza, no qual tam-

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