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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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192 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

a Escritura. E agora vou para ti, e fala essas coisas no mundo,<br />

para que minha alegria seja completa neles.<br />

12. Enquanto eu estava com eles no mundo. Cristo afirma que<br />

os guardara no nome de seu Pai; pois ele se representa apenas no caráter<br />

de servo, que nada fazia senão pelo poder e sob a proteção de<br />

Deus. Portanto, ele quer dizer que era mui irracional supor que agora<br />

eles perecem, como se com sua partida o poder de Deus estivesse<br />

extinto ou morto. Mas pode-se concluir ser um grande absurdo que<br />

Cristo entregasse ao Pai o ofício de guardá-los, como se, depois de<br />

haver concluído o curso de sua vida, ele cessasse de ser o guardião de<br />

seu povo. A resposta é óbvia. Ele fala aqui somente da guarda visível,<br />

a qual terminava com a morte de Cristo; pois enquanto ele habitava<br />

na terra, não carecia emprestar o poder de outro a fim de guardar seus<br />

discípulos; mas tudo isso se relaciona com a pessoa do Mediador, o<br />

qual se manifestou por breve tempo sob a forma de servo. Mas agora<br />

ele concita os discípulos, tão logo comecem a se privar do auxílio externo,<br />

a erguerem seus olhos diretamente para o céu. Daí inferirmos<br />

que Cristo guarda os crentes hoje não menos que fazia outrora, porém<br />

de uma forma diferente, porque a majestade divina é publicamente<br />

exibida nele.<br />

Que me deste. Uma vez mais emprega o mesmo argumento, a saber:<br />

que seria sumamente inconveniente que o Pai rejeitasse aqueles<br />

a quem seu Filho, por ordem sua, guardou até o término de seu ministério;<br />

como se ele dissesse: “O que me confiaste eu fielmente executei,<br />

e cuido para que nada se perca em minhas mãos; e ao receberes agora<br />

o que havias confiado a mim, cabe a ti veres se o mesmo continua em<br />

segurança e saudável.”<br />

Exceto o filho da perdição. Judas é excetuado, e não sem razão;<br />

pois ainda que ele não fosse um dos eleitos e do genuíno rebanho de<br />

Deus, contudo a dignidade de seu ofício deu-lhe a aparência de ser<br />

dele; e de fato ninguém teria formado uma opinião diferente a seu<br />

respeito, enquanto mantinha aquela elevada posição. Testada pelas

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